A Culpa é do Nariz – Por Silva Neto
O nariz é o órgão mais feio e inconveniente no ser humano. Não importa o nariz francês, africano, americano ou inglês; do Gérard Depardieu, da Liv Tyler, do Brad Pitt, da Angelina Jolie, da Vivien Leith ou da Katharine Zeta Jones, todos enfeiam a face humana.
O nariz não serve pra nada. É sensível ao toque, incômodo ao beijar, e nem aos narigudos famosos tem alguma serventia. Zidane nunca fez gol de nariz, nem que eu saiba Ibrahimovic ou Lionel Messi. Servem apenas para esfriar o jogo na hora em que a bola ou uma cotovelada o atinge e o sangue jorra.
O nariz é uma protuberância que me faz rir até hoje quando escutei meu professor pronunciar esse termo pela primeira vez. Como nada é inútil, resolvemos chamar o professor aloprado de protuberância. Graça total em classe!
As narinas sim, sentem, pressentem o cheiro através do olfato. Vivemos cercados de cheiros, sejam maus ou bons esses compostos químicos leves e voláteis que exalam pelo ar nos penetram e nos mantêm vivos. O perfume das manhãs, das névoas, das brisas, da terra quente, dos matos, das flores e frutos maduros; o cheiro do café, do pão assando, dos alimentos em cozimento, dos vinhos fermentados em barris. Essas essências entram pelas narinas, e como é bom senti-las! O aroma dos perfumes, dos suores exalados dos corpos nus, dos pescoços quentes que inflamam as mentes, assim como disse a Patrícia Dantas em Clímax:
“Quisera algumas vezes não sentir! O cheiro, os sabores, os sons que me confundem as horas - é dessa essência de mim que corro o risco de...”
O cheiro guardado do colo de nossas mães, de nossas infantis paixões... O sentir o cheiro de cheirar alguém... O sentir o cheiro do que não está cheirando bem. O pressentir pelo cheiro a aproximação de alguém.
Portanto, vamos cheirar à vontade o cheiro que nos conduz ao clímax do viver bem.
Nada de ofegar nem desprezar ninguém. Se o nariz arrebita de orgulho e presunção, abaixe-o, seja Cristão.
O Pinóquio agradece!