A difícil missão de ser pai - por Antonio Eustáquio Marciano

A difícil missão de ser pai - por Antonio Eustáquio Marciano

A difícil missão de ser pai

 

Em texto escrito no século primeiro, um discípulo de Jesus Cristo de nome Mateus fala de um episódio deveras interessante no capítulo 01, versículos 18 a 21 de seu evangelho. Ele narra o drama do carpinteiro José ao saber que sua noiva estava grávida e ele não tinha participação naquilo. José e sua noiva eram pessoas do bem, amigos da verdade e da lealdade. O escritor diz que a jovem nada podia explicar a seu amado. Sem entender o que acontecera, José planejou se mudar para outra região, sem comunicar nada a ninguém. Não ousou julgar, tampouco expor a jovem à desonra pública. O escritor continua sua história dizendo que, em sonho, José foi tranquilizado por um anjo de Deus que disse: "José, filho de Davi, não tema receber Maria como sua esposa, pois o que nela foi gerado procede do Espírito Santo”. O resto da história é do conhecimento do todos no ocidente. Se ela não for verdadeira, vale a pena conhecê-la apenas pela sua beleza.  Muitos porém, eu incluso, acreditam na sua veracidade. Entre as tantas mensagens que consigo retirar dessa história, uma toca profundamente o meu coração. José é esposo e pai. É pai? Certamente o foi por toda a sua vida. Penso que todos os pais podem viver o mesmo drama de José. Ele escolheu uma mulher para ser sua amada. Mas ela deu seu primeiro amor a outro esposo. Ele amou o filho de sua mulher, mas ele teve como pai esse mesmo outro. E José não reclamou. Ao contrário, parece que até fez parte dessa história de amor que envolveu mais de duas pessoas e que virou livro, o mais lido em todo o mundo. Por isto eu reverencio todos os pais do mundo e cada um que, do seu jeito, amou sua esposa. Eu reverencio cada homem que sendo ou não pai biológico, cuidou do filho e da mulher, mesmo sabendo que estes não eram seus, mas do mundo ... de Deus. Eu reverencio cada homem que cuidou dos seus filhos. Que foi obrigado a falar o que não queria ou a se calar quando seu coração queria falar. Eu reverencio cada pai que, como São José, viu seu filho seguir um caminho que ele não compreendia. Eu reverencio cada pai que, de alguma forma, fugiu com seu filho para protegê-lo da maldade do mundo. Eu reverencio cada pai que viu seu filho no mal caminho, apesar do seu esforço para que isto não acontecesse. Eu reverencio cada pai que viu seu filho morrer no meio do crime e das drogas ou seja lá pelo que for. Eu reverencio todo homem que, malgrado tanto relativismo e tanta mudança na ética e no conceito de natureza humana, continua exercitando o seu papel masculino porque nasceu homem e honra sua natureza, respeitando e protegendo a mulher, a criança. Neste dia dos pais, peço a Deus que os homens possam continuar sendo homens como Deus os fez. Que inspirados no carpinteiro José, possamos exercer a difícil missão de ser homem, com silêncio, coragem e amigos da verdade e da lealdade.

 

 

 

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