A ecologia da escrita - por Luiza do Oh

A ecologia da escrita - por Luiza do Oh

 

Mais uma página em branco na vida, num capítulo de sete páginas, num livro de doze capítulos… E todos somos escritores!

 

Cansei-me dessa filosofia presente (será?) de fazer tudo o que quero, o que me dá prazer, como já me tinha cansado da outra, a de fazer o que tem que ser feito, no mais-que-perfeito!

 

E que tal parar um pouco… Que tal aprender a escrever no gerúndio?

 

Que tal soltar a mão da obrigação dos pensamentos e o coração da obcecação dos sentidos para irmos escrevendo a vida com todo o empenho e carinho?

 

Que tal escrevermos afinando, desafinando e harmonizando, em vez de afinando, desafinando, descartando a melodia e procurando uma nova?

 

Que tal escrevermos, acertando, errando e corrigindo - perdoando - a nós e aos outros?

 

Que tal ir aprendendo o significado de um recomeço em vez de, amassando a folha,  procurarmos numa outra folha o começo?

 

Que tal aprender a usar a borracha, aceitando o melhor e o pior que existe em nós e nos outros, mas corrigindo, quantas vezes for preciso?

 

É possível que assim o nosso caixote do lixo de emoções (e pessoas) fique mais vazio - haverá sempre material descartável... - e o nosso coração mais cheio. Porque estamos a aprender a amar!

 

Afinal a escrita veio sempre acompanhada de espátula, borracha, fita ou tinta correctora ou, até, corrector virtual. Porque não escrevemos perfeito!

 

Que tal escrever mais um dia usando todos os auxiliares? Porque, num dia, podemos estar a acrescentar um ano ao resto da nossa vida!

 

publicado em 09/04/2014

 

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