A FALA E SUAS PECULIARIDADES
A fala está repleta de nuances peculiares de cada usuário, mas nem por isso é formada por elementos assistemáticos, pelo contrário, não há como elaborar uma fala (com intenções de comunicação) sem recorrer a um sistema de signos convencionados socialmente. Há que obedecer às regras de uma língua, para que o seu enunciado tenha sentido.
Desse modo, a fala, apesar de suas subjetividades, funciona semelhantemente à língua, que exige uma estrutura básica. Para que a comunicação seja, de fato, efetivada, o usuário precisa recorrer a signos linguísticos (vocábulos, palavras) compreensíveis no momento de sua fala, bem como é necessário que estes signos estejam organizados. Outrossim, a posição que cada um destes elementos ocupa nos enunciados é bastante significativa em determinadas línguas, por serem muitas vezes responsáveis pela manutenção do sentido. A simples mudança de posição de um termo em um enunciado pode gerar ruído na comunicação entre os usuários. Ocorre que, ao mudar de lugar, o signo pode ganhar um novo sentido.
Cabe ao falante, portanto, estabelecer a dinâmica da língua, torná-la «viva», embora esta particularidade esteja, intrinsecamente, atrelada às regras ditadas pela cultura na qual está inserido, bem como à língua de que faz uso.