A Linguagem e sua essência
A linguagem é uma dimensão da existência humana que se apresenta ao pesquisador de forma bastante multifacetada, considerando que a mesma constitui um dos principais sistemas simbólicos dos grupos humanos, por meio do qual nos comunicamos, expressamos pensamentos, sentimentos e construímos conceitos. Esta tem sido deveras estudada. Neste sentido, Bakhtin (2006, p. 127), cujos estudos sobre a natureza da linguagem, bem como suas relações com a sociedade, vislumbrou que “a língua vive e evolui historicamente na comunicação verbal concreta, não no sistema abstrato das formas da linguagem no psiquismo individual dos falantes”. Em Bakhtin (1992) temos uma concepção de língua como um fenômeno social.
Em seus estudos, Bakhtin (2006, p. 15) coloca em primeiro plano “a questão dos dados reais da linguística, da natureza real dos fatos da língua”; ou seja, estuda o aspecto social da linguagem, o modo como o indivíduo utiliza essa língua e o seu caráter intencional. Isso se deve em razão da natureza dinâmica da língua e do próprio homem que a utiliza nas mais variadas situações das relações sociais.
O interesse por investigar a linguagem, compreender como se dá sua aquisição e seu funcionamento constitui um amplo espaço fenomenológico, e serve a diferentes áreas do conhecimento, tais como a Filosofia e a Psicologia, além da Educação e da Linguística, que protagonizam diferentes pesquisas e múltiplos diálogos. A razão desse interesse talvez possa ser atribuída ao fato de essas áreas (assim como tantas outras) compreenderem que a linguagem é responsável, também, por proporcionar o caráter distintivo aos homens.
Referências:
Bakhtin, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
Bakhtin, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 2006.