A Noiva
Quis o tempo que de noiva eu me vestisse
Não do branco vestido que vesti um dia
Mas da vida que no meu peito inteira ardia
Fazendo-me eterna assim eu me sentisse
E do olhar que me enlaçava e prendia
E das mãos que me acolhiam, chama ardente,
Fosse eu perdida de amores, outra vez nubente,
Para um amor imenso que inteiro me acolhia
E assim vestida de amor e luz
Virei agora uma mulher inteira
Que em mim desfez toda a tristeza toda a dor
Em minha face agora risonha reluz
Alma feliz de alegrias tantas companheira
Tendo a doce inefável presença do amor!
Lígia Beltrão