Era dia das mães, a família havia se reunido inteira para almoçar junto com a matriarca. Esta, já de idade avançada, acompanhava absorta o movimento da mesa, com suas conversas, suas brincadeiras, tudo o que existe em uma confraternização!
Quem cuidava dela era um filho escritor, que foi vendo o desenrolar dos fatos para um dia escrever.
Um dos membros pergunta a ele:
Por que paraste de tocar violão? Veja suas unhas não são compridas como a de um violonista, que em uma mão as tem grandes e na outra curta?
Eu toco meu instrumento mesmo assim, respondeu ele. Ao invés de ter velocidade da técnica, permitida pela unha, tenho a interpretação graças à sensibilidade do toque da carne nas cordas. Minhas unhas ficam quebradiças quando ficam compridas!
Um OH! Ouviu-se, no que a matriarca respondeu:
Está na superação das dificuldades que encontramos as histórias mais belas.
Então é por isso que escreves?
O meu escrever não o é sem sacrifício!
A matriarca terminou: “a infelicidade do homem advém de transformar o trabalho em sacrifício e o amor em pecado”.
Site do Escritor