A SOCIEDADE E A ESCOLA
Tânia Dantas
A nova configuração social, permeada por mudanças tão significativas no modo de viver e agir no mundo, exige que a escola tenha um novo posicionamento. A sociedade espera que a mesma funcione como instrumento facilitador do repasse de conhecimentos, sendo, por esta razão, menos uniformizadora e mais plural. Espera-se, sobretudo, que ela seja intermediadora entre o educando e a sociedade; que seja capaz de fomentar o respeito às diversidades, que seja um espaço de desenvolvimento humano e cognitivo, distanciando-se cada vez mais do modelo excludente.
Embora, o tecnicismo ainda é vigente nas escolas. Em incontáveis situações, passamos bastante tempo ensinando e aprendendo assuntos notoriamente desimportantes, passados e repassados de maneira mecanizada. Isso contribui em muito para que o caráter individual da aula se perca.
Se assim continuar a se configurar o "novo" ensino, correremos o risco de produzir uma humanidade apática, constituída de seres humanos robotizados. Pois, este tipo de postura, pautado na uniformização, afeta a essência do homem.
Se as mudanças ocorrerem dentro desta ordem, não mais haverá espaço ou viabilidade para uma educação transformadora. Seria então necessário que a educação passasse por uma reeducação, bem como a classe docente, no intuito de promover um ensino e uma aprendizagem verdadeiramente inclusivos. Não obstante, toda essa transformação exige, primeiramente, uma mudança na forma como cada um, individualmente, concebe a educação.
Ao analisar a prática educativa, Paulo Freire (2005) em sua obra Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa, estabelece que todos os educadores, independentemente de serem conservadores ou progressistas, devem trazer consigo alguns conhecimentos imprescindíveis ao exercício docente. Não há como, segundo o referido autor, não atribuir a toda experiência docente um caminho da busca do saber ingênuo ao saber epistemológico. Há sempre uma curiosidade a ser vencida na prática docente.