A um poeta (Joaquim Pessoa)
Todas as flores geradas em noites orvalhadas
Primaveris
Te pertencem.
São tuas as águas perfumadas
Escorrendo acácias
Telhados
E pilares firmes
Para te devolverem odores
Tão fortes
Correndo céleres
Em nossos corações.
Como poderosos vocábulos cinzelados.
Palavras
Outras
Embebidas em tempo perene
Quando as noites se nos deparam
Longas
Longas.
Longas e duras
Arrefecem as lágrimas…
Então,
Esperamos o amanhecer
O teu amanhecer!
No chilreio
Doce melodia
Teus poemas.
Livres
Dolentes
Ajustados à denúncia
Ou ao amor
Que arrancas às sílabas
Porque poético
É o cântico do devir.