A VIDA SEM FANTASIAS
A vida não é circo. Nem a minha e nem a sua. A vida particular não pode ser motivo de entretenimento, chacota, piadas e chistes. Cada um tem as suas dores, as suas felicidades.
Não existem santos e nem demônios. Cada um tem os seus defeitos e qualidades. A vida seria mais fácil se as pessoas cuidassem cada uma das suas. Deixassem o outro em paz. Não fizessem da derrocada alheia um espetáculo pirotécnico.
O humor de certas pessoas me assusta. Desgraça alheia não é comédia. Defeitos e limitações não são risíveis. Não quero ser politicamente correta e nem levantar bandeiras. Mas bom-senso nunca sai de moda e deve ser praticado sem moderação.
Há quem fale que o mundo hoje é chato. Não se pode fazer piadas. Tudo é discriminação, tudo é machismo, racismo, bullying. Mas só sabe aonde o calo aperta quem experimentou da dor.
Não posso dizer que a dor não existe se é no outro que dói. Não posso obrigar o outro a sorrir de uma “brincadeira” que não o faz rir. Não posso impor minhas crenças a quem não quer crer.
O mundo está chato ou as pessoas perderam o freio? A minha verdade é só minha. Pertence as minhas convicções. Se é certo ou errado? Que importa? Importante é respeitar o espaço do outro. Colocar-se no lugar do outro.
O que me desagrada certamente irá desagradar também o próximo. A violência não é apenas sentida no peso do braço. Palavras pesam e ferem. O corpo pode ficar sem hematomas, mas a alma se colore em roxo.
Por um mundo menos egocêntrico. Por um mundo menos violento. Por um mundo em que as pessoas aprendam a se colocar no lugar do outro. Por um mundo com mais amor e tolerância.