V E R Ã O
Vocês verão que chega
o VERÃO copioso em suores,
testa enrugada
vincada de sofreres.
A camisa!
um flagelo de cores
aturando os calores,
que virão sem sabores.
Clima abrasivo,
cansaço alternativo,
vontades vencidas
pela natureza sazonal,
pela carência de água,
que pinga na torneira,
a vergonha da sede.
Chegou o verão,
e veremos então
a safra impura,
rotulando tristeza
nas bancas das feiras.
Chorando a vergonha
do desequilíbrio
provocado pelo sol,
por seus raios brilhando
rudeza, tristeza;
escassez de amor,
pelo homem,
o ser inventado
para ser feliz.
Aguardo sem pejo
o inverno chuvoso,
a água molhando
a secura da alma,
dizendo adeus
ao verão insólito,
matador de ilusões.
No travesseiro aguardo
os sonhos molhados
de prazeres ocultos,
de sabores incultos,
de um novo
ALVORECER.
Anchieta Antunes – dezembro/2015.