Aldo Lins
É natural de Cajazeiras na Paraíba, filho de José Ferreira Lins e Dulcimar Tavares Lins. Iniciou sua trajetória literária em João
Pessoa, onde cursou a Faculdade de Direito. Os seus primeiros escritos foram publicados pelo Sebo Cultural da capital paraibana.
Em 2002, já residindo no recife, publica pela Editora Universitária da
UFPE, a 1ª edição de Alma de Vidro.
Em 2004, no período em que organizava o antológico recital
Hospício-Poético, é selecionado entre vários nomes da poesia
independente do Recife, para compor a Coletânea Marginal Recife, publicada pela Fundação de Cultura da Cidade.
Em 2009, depois de ter ministrado oficinas literárias pela FUNDARPE e também ter feito parte da equipe organizadora do recital Canta Boa
Vista, começa a articular a partir de uma ideia inédita a Antologia
Poesia Paraibana no Recife, e neste mesmo ano publica pela Editora Paés a 2ª edição do seu, Alma de Vidro...
È criador de um dos mais importantes saraus do Recife: “Sarau da Boa Vista” que acontece mensalmente no último sábado de cada mês na Rua do Hospício.
Poesias
SÚPLICA
Ensinai
A cavalgar os mares do teu corpo
Sereia de cactos e juazeiro
De mãos de seda e de marfim
Cabelos soltos graúnas
Nos cata-ventos bálsamo de alecrim
Iluminai
Oh! Rosa linda, o meu olhar
Porque guardo na algibeira o teu retrato
A casa nua na montanha
A estiagem nos pastos da aldeia
Que nem a tristeza estridente de um faquir
Com os seus ruídos enegrecidos de agonia
Apagará em mim teu brilho
REGRESSO
Devolvam-me
Meu castelo, minha espada, meu anel
E as fotografias amarelas guardadas
Na minha cômoda de cristal
Devolvam-me
O credo para atravessar fronteiras
E o espelho d'água entre as dunas
Onde eu fazia a lua para brincar
Devolvam-me
A minha tabuada mágica
E as histórias de um vento azul
Que traziam anjos às madrugadas
Devolvam-me
Meu uni-verso, suspiro poéticos e saudades
De andar a pé, olhar o céu, cantar um fado
No Pátio das Flores, no Arco das Portas do Mar.
EU, A ROSA E A LUA
A Luana Karla
Sorrindo canto a rosa e a lua
A rosa que foi minha um dia
E que feliz capturou o joão de barro.
A caprichosa rosa, alvorecer
No prelúdio dos raios encantatórios
Acalanta a tão bela e crescente lua.
A lua sem variações de sorrisos
Nas transitórias formas do segredo
Na madrugada fala sonâmbulas palavras.
Eu, refém do abstrato, ao entardecer
No esplendor dos mares vividos
Faço versos silenciosos do meu grito.
A lua na mágica janela, vestida
Com os olhos cristalinos, sem máscara
Bate-me à porta sem receios.
Sou luar do sertão seco, mas beijo
A lua que é filha dos meus sonhos
E a rosa hoje quase sem perfume.
Pesquisa Luis Eduardo Garcia Aguiar
Escritor – Jornalista – DRT 6006/PE
Segundo Tesoureiro da UBE