Aldo Lins - por Eduardo Garcia

Aldo Lins - por Eduardo Garcia

Aldo Lins

 

É natural de Cajazeiras na Paraíba, filho de José Ferreira Lins e Dulcimar Tavares Lins. Iniciou sua trajetória literária em João
Pessoa, onde cursou a Faculdade de Direito. Os seus primeiros escritos foram publicados pelo Sebo Cultural da capital paraibana.
Em 2002, já residindo no recife, publica pela Editora Universitária da
UFPE, a 1ª edição de Alma de Vidro.
Em 2004, no período em que organizava o antológico recital
Hospício-Poético, é selecionado entre vários nomes da poesia
independente do Recife, para compor a Coletânea Marginal Recife, publicada pela Fundação de Cultura da Cidade.
Em 2009, depois de ter ministrado oficinas literárias pela FUNDARPE e também ter  feito parte da equipe organizadora do recital Canta Boa
Vista, começa a articular a partir de uma ideia inédita a Antologia
Poesia Paraibana no Recife, e neste mesmo ano publica pela Editora Paés a 2ª edição do seu, Alma de Vidro...

È criador de um dos mais importantes saraus do Recife: “Sarau da Boa Vista” que acontece mensalmente no último sábado de cada mês na Rua do Hospício.

Poesias

 

SÚPLICA

 

Ensinai

A cavalgar os mares do teu corpo

Sereia de cactos e juazeiro

De mãos de seda e de marfim

Cabelos soltos graúnas

Nos cata-ventos bálsamo de alecrim

Iluminai

Oh! Rosa linda, o meu olhar

Porque guardo na algibeira o teu retrato

A casa nua na montanha

A estiagem nos pastos da aldeia

Que nem a tristeza estridente de um faquir

Com os seus ruídos enegrecidos de agonia

Apagará em mim teu brilho
 

REGRESSO

 

Devolvam-me

Meu castelo, minha espada, meu anel

E as fotografias amarelas guardadas

Na minha cômoda de cristal

Devolvam-me

O credo para atravessar fronteiras

E o espelho d'água entre as dunas

Onde eu fazia a lua para brincar

Devolvam-me

A minha tabuada mágica

E as histórias de um vento azul

Que traziam anjos às madrugadas

Devolvam-me

Meu uni-verso, suspiro poéticos e saudades

De andar a pé, olhar o céu, cantar um fado

No Pátio das Flores, no Arco das Portas do Mar.

 

EU, A ROSA E A LUA

A Luana Karla

 

Sorrindo canto a rosa e a lua

A rosa que foi minha um dia

E que feliz capturou o joão de barro.

 

A caprichosa rosa, alvorecer

No prelúdio dos raios encantatórios

Acalanta a tão bela e crescente lua.

 

A lua sem variações de sorrisos

Nas transitórias formas do segredo

Na madrugada fala sonâmbulas palavras.

Eu, refém do abstrato, ao entardecer

No esplendor dos mares vividos

Faço versos silenciosos do meu grito.

 

A lua na mágica janela, vestida

Com os olhos cristalinos, sem máscara

Bate-me à porta sem receios.

 

Sou luar do sertão seco, mas beijo

A lua que é filha dos meus sonhos

E a rosa hoje quase sem perfume.

 

 

Pesquisa Luis Eduardo Garcia Aguiar

Escritor – Jornalista – DRT 6006/PE

Segundo Tesoureiro da UBE

 

 

 

 

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