Allan Sales: Músico, compositor e poeta cordelista. Natural do Crato-CE e radicado no Recife desde 1969. Atua como músico desde 1985. Dedica-se ao cordel desde 1997 sendo autor de mais de 700 textos sobre os mais variados assuntos, sendo os temas políticos e os de humor os seus preferidos. Participou de festivais de música, e compôs 17 trilhas musicais para teatro, sendo premiado sete vezes por essa atuação. Toca em bares da noite e em eventos e desenvolve um trabalho de arte educação em literatura de cordel assim como de violão popular.
Nos anos 80 fez os seguintes trabalhos:
Grupo Arteatro do Professor Joacir de Castro, de 1983 a 1986, direção musical e criação de trilhas musicais para mais de oito espetáculos.
1986 a 1988- Integrou o Grupo de Poesia Falada do Recife, criado pelo poeta José Mário Rodrigues e pelo professor Roberto Pimentel, atuou como músico, diretor musical e ator em 5 espetáculos do grupo.
1989- Trilha sonora da peça O menino do dedo verde, encenada pela companhia
DRAMART, direção de José Manoel.
1989- Fundou o Grupo de Animação Cultural- SESC Santa Rita, trabalhando a poesia brasileira de forma cênica, fazendo trabalho de ator, músico, autor de trilha e diretor musical, destacando a peça NORDESTE NA MENTE, durante a pesquisa para compor a trilha aprendeu as técnicas de versejar do cordel.
Nos anos 90. Atuou intensamente fazendo trilhas para teatro, em especial teatro infantil, sendo a peça “A história dos três porquinhos”, trilha de sua autoria, a peça infantil que é encenada a mais tempo em Pernambuco.
1999- estreou com seu primeiro cordel “O trabalho de Brennand” uma jocosa peça de humor e sátira política com a qual inaugurou sua trajetória como cordelista.
hoje junta seu trabalho de música ao de cordel desenvolvendo uma leitura musical contemporânea da poesia popular nordestina.
Djavaneando em galope limeiriano.
Limeirianas djavânicas
(Allan Sales)
Eu vi açaí cantando azulzinho
Na tez manhã branquinha que vai
Alegre menina chupou samurai
Correu e falou assim pro benzinho
E caetaneando um muro branquinho
Cantei dju bjdu pro povo escutar
Na força do beijo no afã de cantar
Rajada de vento na tez da manhã
Fumei a metade que deu Djavan
Cantando galope na beira do mar
De tudo na terra achei no oceano
E quanto querer no ouro de mina
Capim mandioca da alegre menina
Lambada e serpente chamei Caetano
Um lobo correndo lançando meu mano
Tomando assento poeira a fungar
Me traz uma praga e vem me afagar
Se não me afaga estraga essa pele
Djavaneando não me abufele
Cantando galope na beira do mar
Do que mais brotou nem deu margarida
Berlim foi no Kremlin buscar um açaí
Amor que atrai não tô nem aí
O que vem de deus azul nesta vida
Mansinho cedinho num ar de partida
Amor azulzinho pro pau levantar
E pra ler um livro não acho lugar
Tomei açaí e viagra azulzinho
Na vara na beira chamei meu benzinho
Cantando galope na beira do mar
Pesquisa Luis Eduardo Garcia Aguiar
Escritor – Jornalista – DRT 6006/PE
Segundo Tesoureiro da UBE