AMBULANTES
Olha o tumulto, olha a fila, dá pra todos...
Pregoava o vendedor de munguzá (canjica no nordeste). Quando olhei não havia ninguém, é a forma pitoresca dele vender o seu produto.
Olha o galetinho diz o Nado no Centro do Recife, nada mais e nada menos do que a sua pipoca.
Olha o melhor da integração, o amendoim oferecido no Terminal de Integração da Macaxeira no Recife, o passatempo da viagem, queres ou não queres diz outro vendendo a sua pipoca rumo à integração de Paulista, na Região Metropolitana do Recife, dentro do ônibus.
O Nês não passa mais na rua de casa, olha o Nês, Nês, tá gostoso... clamava ele para oferecer o seu doce japonês.
Hep, Hep, escuto dizendo para divulgar o seu doce, quando perguntado por quê?
Diz: - Para chamar a atenção e despertar a curiosidade.
Reporto-me à infância, sentava-me na calçada esperando o carrinho passar: hilz hilz, dizia, o cachorro quente só com mostarda como eu gostava, nos tempos idos em Montevidéu, ou os vendedores que ainda sobem aos ônibus e oferecem produtos dos mais variados e com repertório de fazer inveja, para uma caneta, uns quinze minutos de argumento.
Em São Paulo por muitas vezes ouvi: olha o curau, quentinho o curau, canjica no nordeste.
E assim vai, ouvindo as maneiras mais variadas de oferecer os produtos, os ambulantes são a alma viva do comércio, cheios de folclore e porque não, de senso de humor.
Olha a pamonha quentinha, vai pamonha aí madame, olha a tapioca.
Olha o sorvete, traga a bacia, um real, traga a bacia...
Aproveita meu povo, a dúzia de ovos baratinha, aproveita meu povo.
Está passando na sua rua o carro da economia, aí vendem de tudo. Aproveita meu povo.
O caminhão do gás está passando...
Aproveita meu povo, eles são ouvidos desde a época colonial, desde os tempos dos pregões, os pregoeiros, que anunciavam notícias, informavam a hora, existem muitos por aí, nas cidades, fixos e ambulantes, nos bairros, tomara que nunca acabem, fazem parte de nossas vidas e costumes e são opções de compra e diversão...