Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Amélia Luz – Formou-se em Pedagogia – Administração Escolar e Magistério – Orientação Educacional – Comunicação e Expressão em Língua Portuguesa com Pós Graduação em Psicopedagogia e Planejamento Educacional. Oficineira de versos levou às escolas a palavra poética despertando a juventude para a leitura e a poesia como meio de educar para a cidadania e para a paz. Recebeu premiações em concursos literários em vários estados do Brasil e exterior. É coautora em muitas coletâneas em prosa e verso. Membro de várias associações culturais e literárias no Brasil e exterior.
“Na literatura encontro o esconderijo sagrado reservado aos deuses onde me mantenho livre no altar da paz. Silêncio, não acordem os pássaros que dormem. Entrego-me, rendo-me. Leio, sobretudo!”
Boa Leitura!
Escritora Amélia Luz, é um prazer contarmos com a sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Conte-nos, como se deu o início e desenvolvimento da escrita em sua carreira literária?
Amélia Luz - O gosto pela escrita surgiu quando me descobri leitora, ainda menina. Mais tarde com o fazer didático comecei a escrever poemas que oferecia aos meus alunos em minhas aulas de Literatura. Desenvolvi esses trabalhos ao participar de concursos literários e palestras, ao publicar em antologias passando para a prosa com mais maturidade ao explorar autores consagrados na leitura habitual. Ler e escrever, um ato conjunto: ideias!
Em que momento se sentiu preparada para publicar “Luz & Versos”?
Amélia Luz - Os originais gritavam na gaveta pedindo liberdade. Por muito tempo ficaram guardados. Certo dia resolvi alforriá-los e publiquei o livro. Fiz o lançamento na escola onde fui alfabetizada e no meio escolar senti-me realizada ao dividir com os alunos os meus escritos poéticos.
Quais critérios foram utilizados para escolha do título?
Amélia Luz - O meu sobrenome LUZ que tanto gosto pelo seu significado, e VERSOS pela categoria literária escolhida. Então LUZ & VERSOS em questão.
Apresente-nos um dos textos publicados na obra?
ROSAS DE FERRO
Amélia Luz
Esculpir a poesia
Em fios de ferro
No alicate das próprias mãos,
Na forja, no fogo, no jogo do coração...
Modelar a palavra com sabedoria,
Dar vida ao verso livre, à fantasia,
Na lida insana, cotidiana,
Oficina da emoção!
A mão, delicada e pura,
Modelando o prazer de fazer,
O verso faminto que ora sinto,
À luz da manhã que inicia silenciosa.
Apalpar a poesia e o enigma,
Na perplexidade de criar do ferro bruto
Rosas modeladas em brasa viva.
Compor a fachada da alma
De um templo ornado de magia interior...
Esconder em páginas vibrantes
As ideias gigantes de um escultor,
Em sua hora plena de criação...
Ultrapassar o tempo
De um mundo para outro,
Enquanto a descoberta da felicidade
Nos embriaga e enlouquece!
E não há cansaço ao fundir as rosas,
As rosas em versos da minha emoção,
Sublime centelha, faíscas da inspiração!
Sabemos que cada texto contém um pouco do autor, conhecimentos, sentimentos... comente sobre o momento de criação deste texto.
Amélia Luz - A alegria de ver o sonho/embrião da menina Amelinha exposto no papel em forma de poesia – “As rosas da minha emoção”.
Onde podemos comprar o seu livro?
Amélia Luz – O livro editado pela Editora Becalete – São Paulo, está esgotado. No momento terei que fazer uma reedição.
Além de “Luz & Versos” você tem outros livros publicados. Apresente-nos o seu belo acervo literário.
Amélia Luz - Sim, tenho em poesia POUSOS E DECOLAGENS, VERSOS D’ALDEIA. Em prosa CONTOS DE ARGILA e (crônicas) SILÊNCIOS CLARINAM AO LONGE?
Quais os seus próximos projetos literários?
Amélia Luz - Penso em 2022 publicar alguns livros infantis e um livro em poesia “Aldravista”, poesia minimalista em que trabalho a metonímia, na poesia disposta em seis versos uni vocabulares, emoções condensadas em poucas palavras.
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Amélia Luz. Agradecemos sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Que mensagem você deixa para nossos leitores?
Amélia Luz - Tenho ideias aventureiras. Não me conformo com o espaço do meu jardim ou do meu quintal. Sufocam-me! Como gosto de estradas que me levem às descobertas, ao desconhecido!
Andarilha, transito em terras estranhas esperando o dia do embarque. Uma parte de mim dissolve-se na multidão que passa apressada. A outra isola-se no recanto do jardim questionando o porquê das curvas da estrada, dos espinhos traiçoeiros e das farpas de dor. Gosto de liberdade, de espaços.
Na literatura encontro o esconderijo sagrado reservado aos deuses onde me mantenho livre no altar da paz. Silêncio, não acordem os pássaros que dormem. Entrego-me, rendo-me. Leio, sobretudo!
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