Amor-hortelã-pimenta
Dizem que o tempo tem muito poder
Mata tudo, sara tudo, faz esquecer…
E a roda do amor não escapa
Ao ritmo deste emudecer!
Não é o tempo, não são os dias,
Mas a rotina e o cansaço
Que trazem indiferença e distância
Do amor fazendo um ténue traço.
O meu amor tem quanto tempo?
Quantas horas, quantos dias?
Quantas luas, quantos ventos?
Quantas dores e alegrias?
Se o vento vem para o espalhar,
Para destruir e esvaecer
Mesmo no olho do furacão
O traço volto a reescrever.
E se arrancando-o do meu peito
A mão alheia o quer colher;
O amor não morre dentro de mim -
Murcha… e volta a renascer.
Perante alegres sóis escaldantes
E rajadas de penas de forte tormenta
Por ti, renasce a cada dia