Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Ana Costa é autora de crônicas e contos. Escreve exatamente o que gostaria de ler e usa a sensibilidade e o timing cômico para transformar situações comuns do dia a dia em histórias instigantes. Estreou como escritora com o livro autobiográfico Volta, se houver motivo para voltar, lançado na cidade de São Paulo em 2016; em Lisboa, Portugal e em Montreal, Canadá em 2017. É coautora das antologias “Eternamente Você”; “Inquietação”; “Escritores da Língua Portuguesa, edição bilíngue: português-francês”; e “Silêncio das palavras”. Sua mais nova obra, “Razão para ser louca”, foi lançada em junho deste ano e neste livro a autora aponta questões cuja essência mostra a maneira livre, leve, solta e louca de viver.
“De repente tive um sonho com minha falecida avó materna e quando acordei a crônica estava prontinha na minha cabeça. O título é “Carta da vovó”. Foi lindo e encantador, vale a pena conferir.”
Boa leitura!
Escritora Ana Costa, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a motivou a ter gosto pela escrita literária?
Ana Costa - Aconteceu como resultado do questionamento de vida. Eu precisava organizar meus pensamentos e a melhor forma que encontrei foi por meio da escrita. E gostei. Facilita minha comunicação. Hoje utilizo a escrita como a forma de diálogo mais eficaz para mim, pois ao escrever tenho o tempo necessário para fazer o jogo de palavras sem as inconvenientes pausas presentes na comunicação verbal (por conta da afasia que herdei do AVC).
Apresente-nos, o seu novo lançamento literário “Razão para Ser Louca”
Ana Costa - “Razão para ser louca” é o novo livro da escritora Ana Costa, após o sucesso de “Volta, se houver motivo para voltar”, ganhador do prêmio Troféu Literatura 2017. No Razão para ser louca, 41 contos e crônicas se alternam entre vivências pessoais e anedotas kafkianas; situações cotidianas e extraordinárias; viagens e permanências; encontros e desencontros; impressões e expressões; medos e coragens; e encantamentos e desilusões. Todos narrados no estilo peculiar de Ana Costa, uma prosa direta, franca, e salpicada de muita emoção e, sobretudo, humor. Lembranças da infância; experiências de uma mãe de adolescente; amores europeus; vivências em Paris; cartas da avozinha querida; cargas mentais; bizarrices; e excentricidades também aparecem no livro, entre muitas outras razões para sermos loucos.
Como foi a escolha do título?
Ana Costa - Vivemos em um mundo onde os “ditos normais” matam, roubam e sabotam. Isso me deixa triste, entretanto, conclui que a loucura saudável mantém a lucidez. Por isso que desejo que tenhamos motivos para sermos loucas, pois os lúcidos sempre têm. Foi daí que nasceu o título do livro.
Sabemos que a escrita faz parte dos momentos da vida do autor. Apresente-nos, um dos textos publicados nesta obra literária comentando o momento de sua escrita.
Ana Costa - Conforme consta na pergunta, a escrita faz parte dos momentos da vida do autor, especialmente na crônica, em que na maioria das vezes o protagonista é ele próprio, razão pela qual senti dificuldade em escolher um texto, pois todos eles mostram um pouco de mim. Enfim, escolhi a crônica que carrega o título do livro “Razão para ser louca” e a crônica “Existem fatos que precisam ser contados”, cujo diferencial é a intensidade da emoção.
O que mais a encanta em “Razão para Ser Louca”?
Ana Costa - Cada texto tem seu encanto particular, mas no momento de escrever a crônica que conclui o livro, pensei em escrever algo que emocionasse, mas naquele momento eu passava por uma ressaca literária “daquelas” (escritor tem dessas coisas. Rsrsrs), e estava difícil me conectar com os anjos da inspiração. De repente tive um sonho com minha falecida avó materna e quando acordei a crônica estava prontinha na minha cabeça. O título é “Carta da vovó”. Foi lindo e encantador, vale a pena conferir.
Soube que já temos datas previstas para sessão de autógrafos. Apresente-nos, as novas datas.
Ana Costa - Estarei na 25ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, Pavilhão do Anhembi, no dia 5 de agosto (domingo), das 13:00 às 14:30, no Estande da Scortecci Editora, Avenida 1, Rua 5. No mesmo dia e local, das 18:30 às 21:30 participarei do lançamento da antologia “O silêncio das palavras”, com a crônica “Como nos velhos tempos”. Em setembro o “Razão para ser louca” será lançado em Curitiba e em outubro já está confirmado o lançamento em Portugal. Esse movimento me incentiva a continuar acreditando no meu trabalho.
Além de “Razão para Ser Louca” você tem publicado o livro “Volta, se houver motivos para voltar”, apresente-nos está obra literária.
Ana Costa - Volta, se houver motivo para voltar é um compilado de crônicas que tem como start o episódio de AVC que sofri em novembro 2014. Na sequência destaco nos textos o lado engraçado das sequelas e como lidei com as situações que se seguiram. O livro foi ganhador do Prêmio “Troféu Literatura 2017”, na categoria de melhor livro biográfico de língua portuguesa; e concorreu ao Prêmio Jabuti 2017. Em junho deste ano foi lançada a 2ª edição da obra na capital paulista.
Seu livro Volta, se houver motivo para voltar já foi lançado em outros países e exposto em feiras internacionais, qual a vantagem?
Ana Costa - Em termos financeiros o resultado não foi expressivo, mas as experiências foram gratificantes, afinal, fiz outras viagens, outras histórias e senti orgulho de mim. Sou autora iniciante, e como não ficar orgulhosa em ter minha primeira obra na biblioteca de Fernando Pessoa, em Nova York e Canadá? Isso é motivador.
Onde podemos comprar o seu livro?
Ana Costa - Pelo e-mail: anacosta.livro1@gmail.com
Quais os seus principais objetivos como escritora?
Ana Costa - Contribuir com a Literatura Nacional. Precisamos ler mais, ter mais estímulo, assim, tento de forma peculiar escrever uma prosa leve e bem humorada. Além de fazer ri e emocionar, convido o leitor a refletir comigo sobre temas que causam impacto social, a exemplo do bullying e da carga mental da mulher. Se eu conseguir motivar um leitor, já valeu o trabalho.
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Ana Costa. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?
Ana Costa - Em primeiro lugar gostaria de agradecer a oportunidade e o carinho da equipe da Revista Divulga Escritor. Bem, a mensagem que deixarei é um pedido: leia e incentive a leitura, porque ela traz conhecimento, sonhos, raciocínio lógico e acumula “reserva cognitiva”, da qual podemos precisar no futuro (para mim, esse futuro, acidentalmente, já chegou e estou usando e abusando do meu estoque de reserva cognitiva. Rsrsrsrsrs). É verdade! Enfim, para encerrar, usarei uma frase do escritor Ray Bradbury que acho interessante: “Muita gente ouve vozes quando ninguém está por perto. Alguns são chamados de “loucos” e ficam confinados em quartos onde olham para a parede o dia todo. Outros são chamados de “escritores” e fazem basicamente a mesma coisa”. Por sorte sou escritora, portanto, sabiamente louca. Ah, quase esqueci, leia meus livros e não se esqueça de dar sua opinião, o feedback é importante para o escritor.
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