Apenas Silêncios… dentro de nós
1.
Durante a passagem pela vida
(à velocidade meteórica sobre o raio que nos habita)
Pairamos alguns instantes dentro deste (nosso) pequeno mundo.
Nos mutismos exacerbados e nas barreiras crescentes
A cada dia, como fermento,
Rasamos o limiar da Morte.
A comunicação não existe.
Abortados os fonemas,
Não penetram o branco da cal
Não se abrem à luz a cintilante de um olhar ansioso.
(quando a sombra ocupa a alma
Também mata risos e poemas)
Ela nos despe as entranhas
Para as devorar.
Já não sabemos olhar nos olhos das flores.
Conceição Oliveira
In, Perdidamente – Antologia (Poetas Lusófonos Contemporâneos II
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