Por Alexandra Vieira de Almeida –
Doutora em Literatura Comparada
Arsénio Rosa, nasceu em Abrantes, Portugal, em 1955. Estudou Engenharia Civil no Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa. Estudou Matemática na Universidade Aberta. Foi Professor do ensino público. É Pintor e expõe regularmente no Ebay.
“Aos interessados pela teoria da evolução. E em particular aos antropólogos, historiadores, linguistas, psicólogos, educadores e arqueólogos. E mais em particular ainda aos matemáticos.”
Boa Leitura a todos!
Divulga Escritor - Escritor Arsenio Rosa, é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor. Conte-nos o que o motivou a ter gosto pela evolução antropológica?
Arsénio Rosa - A evolução foi do meu interesse desde sempre. Um dia, na pausa duma explicação de matemática à Sara, folheei um seu livro de história e li que a Escrita nasceu na Suméria há 5000 anos e a Linguagem Moderna surgiu há dois milhões de anos; por essa altura lia o livro A criança no mundo atual de Louise Pepin onde lera que a criança emite a primeira-palavra pelos 1,0417 anos de idade e o seu crescimento evolui por fases bem demarcadas no tempo: e compreendi, nesse momento, existir uma correspondência entre as fases da evolução infantil e as da evolução da Espécie. Essa correspondência, ou paralelismo, constatei depois, é aceite na teoria da evolução desde a sua origem, anterior a Charles Darwin. Existindo esse paralelismo ele tem uma tradução matemática: e parti para o estudo do que há muito me apaixonava. Foi um trabalho de muitos anos que originou o primeiro livro, o Anexo Histórico.
Divulga Escritor - Você tem três livros publicados, todos interligados na questão da teoria da evolução antropológica. Conte-nos um pouco sobre a construção do enredo dos seus livros.
O ANEXO HISTÓRICO é a análise matemática e literária do paralelismo da evolução partindo da evolução da linguagem. Ele associa a cada fase do desenvolvimento individual uma fase da evolução da Espécie e, por extrapolação, obtém os pontos mais distantes partindo dos que se conhecem. E preenche a reta filética que vai do presente até à origem da vida na Terra, há mais de 3 biliões de anos.
ELEVAÇÃO AO ESTADO BÍPEDE trata da verticalização e do Momento Bípede. Centra-se em dois pormenores: 1) na evidência de o Momento Bípede, o fenómeno fulcral na conversão do quadrúpede no bípede e do Primata no Hominídeo, ter ocorrido no equilíbrio ancestral estático, no instante em que o centro de gravidade do tronco, na ascensão, caiu sobre a base de sustentação do corpo; e 2) no facto da verticalização ter evoluído por dois regimes distintos, um anterior e outro posterior ao Momento Bípede, e entre dois extremos, o da origem da Linguagem Articulada e o do limite da comunicação verbal, a Escrita Embrionária, porque a verticalização foi acompanhada pela evolução da linguagem. Na busca do Momento Bípede EEB chegou ao algoritmo da verticalização simplificado.
O ALGORITMO DA VERTICALIZAÇÃO ANTROPOLÓGICA desenvolveu o algoritmo simples encontrado em EEB pela obtenção do ângulo pormenorizado do Momento Bípede, 75,5225 graus. O algoritmo é o modelo matemático que traduz mais de 25 milhões de anos de verticalização e é uma ferramenta para o cálculo da idade dum fóssil partindo do seu ângulo de verticalização, ou inversamente, transcendendo extraordinariamente os alcances dos métodos arqueológicos de datação convencionais.
Divulga Escritor - A quem indica a leitura dos seus livros?
Arsénio Rosa - Aos interessados pela teoria da evolução. E em particular aos antropólogos, historiadores, linguistas, psicólogos, educadores e arqueólogos. E mais em particular ainda aos matemáticos. Muito particularmente também aos filósofos e aos estudantes. Também aos leitores comuns.
Divulga Escritor - Onde podemos comprar os seus livros?
Arsénio Rosa - Seguem-se os links de acesso na Amazon.
https://www.amazon.com.br/dp/B00IQWRSVI
https://www.amazon.com.br/dp/B00IQVYYPM
https://www.amazon.com.br/dp/B00IK0V5EC
Divulga Escritor - Você é pintor e expõe regularmente no ebay. O que o motiva a ter gosto pela pintura?
Arsénio Rosa - O meu gosto pela pintura vem também desde jovem e tem a ver com o belo. O belo manifesta-se, sobretudo, de três formas: 1) pela Natureza; 2) pelo pensamento racional; e 3) pela Arte. E eu gosto de contemplar as paisagens naturais, gosto do racionalismo, que sublinha os meus ensaios, e gosto da Pintura que nasceu há 36500 anos com a Arte Parietal. Foi da Arte Parietal que evoluímos da linguagem verbal para a Escrita e da Barbárie (de há 100000 anos) para a Civilização (de há 8000 anos).
Divulga Escritor - Que tipo de pintura expõe? Como fazer para adquirir os seus trabalhos artísticos?
Arsénio Rosa - A minha pintura é gestual. Ela pretende explorar a beleza do caos, ou o domínio da Natureza sobre a natureza humana. São paisagens minimizadas no traço e na cor. Podem ser adquiridas nos leilões online do ebay.
Divulga Escritor - Em sua opinião é possível um diálogo entre a arte e a ciência?
Arsénio Rosa - O homem evoluiu para a ciência; mas a Arte, como vimos, precedeu a Civilização e é muito anterior à ciência: por isso mesmo, na não submissão, a Arte isolou-se do real, ou do científico, indo ao encontro do conceptual partindo do momento da descoberta da fotografia, ou da máquina. É isso que nos indicam todos os movimentos artísticos modernos, como o Fauvismo, o Cubismo ou o Expressionismo. Mas muitas vezes o real e o geométrico, e o nulo que não é abstrato nem dadaísta, são apresentados como arte. Qual é o método do curador para classificar a obra-de-arte? Isso porque selecionar implica classificação e método. O método, que havendo seria científico porque precedeu a ciência originando-a, não existe. Não classificando a obra-de-arte ele classifica o artista. E o curador ao classificar o artista antes da obra serve o especulativo, não a Arte, nem a História. Mas se não há diálogo entre “ser arte” e “ser ciência” ele existe no tempo, do moderno, que é cada vez mais científico e artístico.
Divulga Escritor - Verificamos que estudou Engenharia Civil e Matemática. Qual a relação que a sua formação tem no desenvolvimento das suas obras tanto científicas como artísticas?
Arsénio Rosa - Os meus livros são como estruturas: isso porque todos os seus elementos, como o Reflexo Indutivo, o Verbo e o Pensamento Numérico, do AH, o Bipedismo Embrionário e a Escrita Embrionária de EEB, e o algoritmo do AVA, são peças que se encaixam no puzle transcendente, como que intemporal, da evolução. E se o AH e EEB são impulsionados matematicamente o AVA é um ensaio matemático porque se resume à obtenção de um algoritmo. Mas penso que a minha formação na engenharia e na matemática não os influenciou diretamente: influenciou, sim, o meu pensamento, racionalizando-o e moldando-o, para eles. Na Pintura não vejo qualquer influência.
Divulga Escritor - Quais os seus principais objetivos como escritor e artista? Pensa em publicar novos livros?
Arsénio Rosa - O meu principal objetivo como escritor é escrever ideias: porque o Livro não é papel, nem palavras, é essencialmente ideias e o homem evoluiu da Ideia Embrionária de há 27,2466 milhões de anos para a Ideia. Depois tenho o objetivo da propagação dos meus livros sobre a evolução e da sua sistematização nos currículos escolares. E gostaria que originassem conferências no Brasil, nos EUA, na Rússia, no Egipto, na Austrália, na Dinamarca, na África do sul e na China, porque a evolução é do tronco comum, anterior à história e às etnias. E gostaria muito de ir ao berço da teoria da evolução, Cambridge, na Inglaterra, falar sobre a evolução.
Tenho também publicados na Amazon DEMOcracia e uma coleção de contos. DEMOcracia é uma análise estatística da evolução eleitoral e política no período democrático português que conduziu ao estado arbitrário atual idêntico ao de muitas outras democracias. Demonstra que sobre os vetores de natureza individual e das multidões, intervenientes na política, domina a convergência central dos grandes universos aleatórios eleitorais, um fenómeno matemático e externo. Essa convergência nega a correção do sistema pela repetição dos partidos do centro que não representam o maior universo social, o desfavorecido. Na Grécia, o Syriza, um partido de extrema/esquerda, venceu o sufrágio (que não apurou no centro): porque a eleição foi galvanizada por uma crise extraordinária que tornou o universo eleitoral direcionado e não-aleatório. E quero, a curto prazo, publicar um livro sobre o futebol, Remate ao ponto P no futebol, que está escrito mas não está digitalizado.
Como artista não tenho grandes objetivos.
Divulga Escritor - Como você vê o mercado artístico brasileiro?
Arsénio Rosa - O Brasil sempre foi uma grande cultura literária desde Graciliano Ramos, José Lins do Rego e Jorge Amado. E, desde Portinari, sempre foi uma grande cultura artística. E uma grande cultura numa grande economia terá um grande mercado.
Divulga Escritor - Que mensagem deixa para nossos leitores?
Arsénio Rosa - Sejam felizes lendo.
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