AS MADRUGADAS
Acordo, no meio da noite, na madrugada, com uma vontade incrível de um não sei o quê, é minha alma me chamando a escrever.
Depois de algum tempo a perambular pelo quarto adentro, descubro que a minha razão de acordar é apenas escrever.
Ideias mil vão brotando em minha mente, que jogo no infinito, e com a cabeça vazia e a alma repleta do meu ser, dou-me a escrever.
Este fato tanto conquista as pessoas como também as afasta, é minha razão de ser, pois acredito que sou um trabalhador da escrita, e está nas minhas palavras, que se transformam em ideias, a minha contribuição ao mundo.
Não penso em deixar nada mais do que apenas eu! E, como sou, com minhas dúvidas e fraquezas está na grandeza do meu ato.
Não procuro fazer-me um herói imaginário, montado em um cavalo branco, andando pelos campos, ou qualquer figura idílica criada. Sou um homem simples, um operário da escrita, um homem normal que viu no se retratar no papel, a melhor forma de se exprimir.
Talvez sofra do mesmo problema de Fernando Pessoa, uma crise de identidade sem par. Afinal quem sou eu? Aquele quem realmente é ou o que esperam de mim?
E a forma de resolver o problema existencial, e encontrar-me perante o mundo, é escrever folhas de papel, com palavras para levar às pessoas lerem.