Babel
Era um tempo novo
Era um tempo estranho
Todos queriam falar
Todos tinham algo para contar
Mas ninguém parava para ouvir
Ninguém ouvia ninguém
Ninguém sequer se escutava a si próprio
Não havia tempo para si nem para o outro
Era um tempo invulgar
O sangue corria-lhes pelas veias
Mas não se sentiam vivos
Corria-se muito
Pensava-se pouco
Sentia-me ainda menos
Era tudo poluição
Sobrava ruído
Sobrava indiferença
E não sabiam bem o que queriam
E não eram propriamente felizes
E não sabiam como escapar a esta realidade.