Brumas - por Conceição Oliveira

Brumas - por Conceição Oliveira

Brumas

1.

Do areal sopram ventos do levante
arrastam correntes
cutelos
cativos.

Esquecidos numa manhã de nevoeiro…

Dos cavalos brancos e dos estandartes cristãos
não há vestígios
não há corpos

sangue
cinzas
rezas

ficaram todos
no outro lado do mar
à espera do resgate
que demora.

E o mar, tão grande como o sofrimento,
devolve-nos, agora, os restos.

De povos, sem hora.

 


Conceição Oliveira


in, XIX Antologia - 2015, APP (Associação Portuguesa De Poetas)

 

 

 

 

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