Caminhada espiritual
Por que negligenciamos tantas vezes nossa caminhada espiritual? Temos uma caminhada espiritual? Por que tantas vezes deixamos de lado nossos exercícios espirituais e/ou religiosos? Nossas obrigações e compromissos materiais não raramente merecem maiores e melhores observações e devotamento de nossa parte invariavelmente. Por que isso acontece?
A letargia para as coisas de Deus parece imperar um sem número de vezes na vida de grande número de pessoas, senão na vida da maioria delas. Vivemos um período de conquistas materiais, tecnológicas, científicas e práticas de enorme monta e de enormes níveis ou graus. Essas possibilidades e fatos nos trazem ganhos e muitas comodidades em nosso cotidiano, porém levam à preguiça para as questões da espiritualidade. Amar a Deus acima de todas as coisas parece distante, abstrato e sem significado. Mas não é! O Senhor nos exorta a estar em comunhão com Ele sempre, em todos os momentos das nossas existências. E, no entanto, reservamos tão pouco tempo para o Pai Eterno que tanto nos amou, nos ama e nos amará para toda a eternidade. A natureza nos sorri todo dia, com uma manhã ensolarada, com um céu azul, com pássaros e grama verde; demonstrando que o cosmos nos convida à sintonia com o universo em uma harmonia que nunca cessa de clamar pela nossa adesão. Contudo, continuamos a nos fechar em condomínios, em residências atrás de muros e em escritórios, longe de uma vida natural. Esse, talvez, seja um dos motivos da nossa procrastinação para com as coisas de Deus. Não damos atenção à meditação, aos mantras, à limpeza dos chakras, à oração, à leitura orante da Bíblia porque nossas energias estão distantes das energias naturais, distantes do contato com a terra, por exemplo.
Mas não é só isso. Ao contrário do que se pensa, dar atenção à própria espiritualidade não é um fardo. É uma benção. E como tal, atrai positividades em todas as áreas da nossa vida. Essa benção é fundamental, não é só importante, é fundamental. Porque hoje lidamos com uma tecnologia muito avançada na maior parte do tempo. E, como é preciso saber – você pode confirmar isso meditando por um período e voltando às suas atividades depois – quanto maior a sua consciência, maior a sua desenvoltura com a tecnologia. Na verdade, o nível da sua consciência tem que ser um pouco maior do que o nível da tecnologia que você usa. Só assim, é possível estabelecer vínculos com a divindade, com o divino, que possam harmonizar suas ações com o fluxo constante universal e desse modo, trabalhar, exercer suas atividades, produzir em alta escala e em alta performance como a ciência e a tecnologia nos permitem hoje em dia.
Portanto, viver plenamente todo dia e acompanhar a competitividade do mercado atual em nossas carreiras profissionais é algo justo e bom, mas fazer isso em detrimento da nossa vida interior e da nossa espiritualidade, só trará frustrações, cansaços e, talvez até, perdas emocionais, psicológicas, pessoais e físicas. Também “aproveitar a vida” de forma desregrada, social e sexualmente com bebidas, fumo, drogas e festas ou mesmo com diversão – que é salutar e saudável, mas não é suficiente – não pode criar condições para um equilíbrio harmonioso do ser humano, quando se esquece do componente espiritual.
O ritmo ininterrupto do nosso cotidiano tem que ser alinhado com o devido cuidado com a vida espiritual seja qual for a corrente ou tradição a que nos aferramos quando se trata de fé. Paz e luz.
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)