Carta a Dona Clotildes Dias de Jesus - por Marta Maria Niemeyer

Carta a Dona Clotildes Dias de Jesus - por Marta Maria Niemeyer
Rio de Janeiro,12 de junho de 2018.
 
     À
 
     Dona Clotildes Dias de Jesus.
 
Com o coração transbordando de saudade, pego caneta e papel para enviar estas mal traçadas linhas.
 
Foi assim que iniciei, escrevendo cartas em seu nome.
 
A senhora não sabia ler nem escrever, e então me pedia para escrevê - las para que fossem enviadas ao meu irmão José; ele encontrava - se em São Paulo e nós, em Senador Firmino, Minas Gerais.
 
Eu era apenas uma criança dando os primeiros passas na caminhada rumo à alfabetização na terceira séria (sic) primária: era assim que a gente pronunciava.
 
Nas primeiras cartas eu copiava a introdução das outras que encontrava por perto, escritas por outras pessoas; acho até que era  a Graça, minha prima, quem escrevia. Hoje está aí junto à legião de anjos...
 
Era uma grande felicidade que explodia do meu peito poder ajudar a pessoa que eu mais amava naquele mundo cheio de limitações,também por estar desenvolvendo meus pensamentos com caneta e pepel.
 
Enquanto escrevia, uma chuva de lágrimas jorrava dos meus olhos por tão grande emoção.
 
Pelos caminhos da vida encontrei outras pessoas que me deram oportunidades de, por intermédios delas, fazer o mesmo; todavia nunca com a mesma felicidade e intensidade.
 
Hoje parei para escrever estas mal traçadas linhas  para a senhora.
 
Minha amiga Fátima está aí no céu, pertinho, ao seu lado; ela é muito especial e vai lê - la  para a senhora. Sua voz é doce, meiga, sublime e transborda de amor.
 
Receba meu abraço energizado de saudades.
 
Se a Fátima retornar- me esta, peça - lhe para mandar notícias do papai Senhor Sebastião.
 
Morro de saudades dele também.
 
Um abração para vocês três!                   
 
 
Marta Maria Niemeyer
 
 
 
Rio de Janeiro,12 de junho de 2018.
 
     À
 
     Dona Clotildes Dias de Jesus.
 
                 Com o coração transbordando de saudade, pego caneta e papel para enviar estas mal traçadas linhas.
 
Foi assim que iniciei, escrevendo cartas em seu nome.
 
A senhora não sabia ler nem escrever, e então me pedia para escrevê - las para que fossem enviadas ao meu irmão José; ele encontrava - se em São Paulo e nós, em Senador Firmino, Minas Gerais.
 
Eu era apenas uma criança dando os primeiros passas na caminhada rumo à alfabetização na terceira séria (sic) primária: era assim que a gente pronunciava.
 
Nas primeiras cartas eu copiava a introdução das outras que encontrava por perto, escritas por outras pessoas; acho até que era  a Graça, minha prima, quem escrevia. Hoje está aí junto à legião de anjos...
 
Era uma grande felicidade que explodia do meu peito poder ajudar a pessoa que eu mais amava naquele mundo cheio de limitações,também por estar desenvolvendo meus pensamentos com caneta e pepel.
 
Enquanto escrevia, uma chuva de lágrimas jorrava dos meus olhos por tão grande emoção.
 
Pelos caminhos da vida encontrei outras pessoas que me deram oportunidades de, por intermédios delas, fazer o mesmo; todavia nunca com a mesma felicidade e intensidade.
 
Hoje parei para escrever estas mal traçadas linhas  para a senhora.
 
Minha amiga Fátima está aí no céu, pertinho, ao seu lado; ela é muito especial e vai lê - la  para a senhora. Sua voz é doce, meiga, sublime e transborda de amor.
 
Receba meu abraço energizado de saudades.
 
Se a Fátima retornar- me esta, peça - lhe para mandar notícias do papai Senhor Sebastião.
 
Morro de saudades dele também.
 
Um abração para vocês três!                   
 
 
Marta Maria Niemeyer

 

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