Oldrich Blazicek -Czech, 1887–1953- imagem
CASA
A minha casa é pequena
Pequenina!
Não conheço, ainda, todos os cantos. Doces encantos!
Nem todos os pisos: amores, ilusões.
Várias “luas” testemunhas
Lágrimas, águas molhando lençóis.
Sementes germinando. Casa se retorcendo, torcendo chorando, ri.
Constante construção, restauração.
Pedras rústicas, ora lapidadas, prendadas
De terceira: material ordinário que desgasta
Luzes de candeias.
Bordadeiras!
Reforma-se aqui e ali.
Desabam paredes
Erguem-se muros
Canteiros de flores vivas
Coroas de Cristo!
Após o lamaçal
O sol vem secar
Roupas no quintal.
Casa. Esta casa. Minha Casa. Eu!
Sim, eu mesmo.
Como disse pequena, pequenina!
Não faz mal, né Quintana? Pois assim...
Tenho menos lugares para me perder
Dentro de mim.