Cinzas do Outono
E os olhos baixos da serra olham o nada
Transpondo o escuro da marcada alma
Paisagem triste, cinza e condenada,
Sequer pode chorar virou vida fantasma.
Onde está o brilho dos teus olhos verdes
Os teus braços nosares felizes a se balançarem
Teus cabelos voando, e as nuvens, tu perdes,
O prazer de atrevidas descerem para os beijarem.
As curvas que delineavas no horizonte
Os sonhos que faziam transpor a ponte
Da tua beleza para o encantamento meu
Oh, Deus! Tudo mudou- Suspiram os talos nus...
Gemem as pedras sangrando os cortes crus
Deixados pelo fogo impiedoso que a tudo ardeu!
Lígia Beltrão
22/11/2017