Por Alexandra Vieira de Almeida –
Doutora em Literatura Comparada
Cláudia Banegas nasceu em Recife, PE e escreve poesias desde os 12 anos, mas só publicou seu primeiro livro no ano de 2007, “Metamorpho – Transformações nos Ciclos da Vida”, pela CBJE – Câmara Brasileira de Jovens Escritores. Participou da 39ª Antologia de Novos Escritores Brasileiros em 2007, com a poesia “Girassol”. Participou também das antologias “O Segredo da Crisálida” em 2011 com a poesia “Metamorfose”, e da “Névoa” em 2013, com o conto “Zona Morta”, ambas publicadas pela editora paulista Andross. Em 2014, participou das Antologias publicadas pela CBJE - Volumes nº 119 com a poesia “Essência”, e nº 120 com “Amplitude”. “Chuvas” foi escolhida para integrar o Anuário da Nova Poesia – Edição Especial 2015, publicação da Litteraria Academiae Lima Barreto com a CBJE. É membro da Rede Hispanoamericana de Escritores, da Sociedad Venezolana de Arte Internacional, da AVSPE – Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores, Poetas del Mundo, entre outras associações culturais. Participou do Festival 6 Continentes, cujo mentor, idealizador e diretor é o músico e empresário português, Filipe Larsen. O Festival 6 Continentes é o maior evento cultural de toda a lusofonia. Participa do Movimento União Cultural, tendo sido nomeada Delegada Cultural do mesmo em São Gonçalo, RJ. Os textos da autora podem ser vistos em seu site literário “Borboletando Poesia.” É de sua autoria o primeiro “indriso” escrito em língua portuguesa e chama-se “Borboletando”. Participa de movimentos literários em São Gonçalo e Niterói, RJ.
“O indriso é um novo gênero literário derivado do soneto criado pelo escritor espanhol Isidro Iturat em Madrid, no ano de 2001. Enquanto o clássico soneto tem dois quartetos e dois tercetos, o indriso tem dois tercetos e dois monósticos, ou seja, duas estrofes de verso único”
Boa Leitura!
Divulga Escritor - Cláudia Banegas, é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor. Em meio a tantos prêmios, participações em livros, associações e reconhecimento pelo seu trabalho, conte-nos sobre sua profissão e trajetória literária.
Claúdia Banegas - Comecei a escrever na adolescência, mas o tempo foi passando e infelizmente, não guardei os antigos poemas. Trabalho como digitadora do Ministério da Saúde. Como para mim escrever não é uma profissão, mas uma missão, após os quarenta anos, me redescobri poeta. Retomei meu caminho literário e não parei mais. Fui divulgando meus textos pela internet, em sites literários não só do país como no exterior. Após sete anos de semeadura, começo a colher frutos do meu trabalho. Tem sido muito gratificante ver como meu trabalho amadureceu.
Divulga Escritor - Você diz que fez o primeiro indriso em língua portuguesa e, desde então, vem divulgando este novo gênero literário. Conte-nos um pouco sobre esta modalidade literária, em que ela difere do soneto e qual a repercussão desta nova forma no Brasil.
Claúdia Banegas - O indriso é um novo gênero literário derivado do soneto criado pelo escritor espanhol Isidro Iturat em Madrid, no ano de 2001. Enquanto o clássico soneto tem dois quartetos e dois tercetos, o indriso tem dois tercetos e dois monósticos, ou seja, duas estrofes de verso único. Seu criador é professor de literatura espanhola e tem vários ensaios publicados na Europa. Em meados de 2007, conheci o site do Isidro e esta nova modalidade poética. Logo me interessei e escrevi o “Borboletando” que veio a ser o primeiro indriso escrito na língua portuguesa. Embora pareça simples (e é) o indriso é um pouco contraditório. Não basta apenas escrever três linhas, mais três linhas e duas linhas soltas. É preciso que haja musicalidade, que as palavras tenham sentido e contexto. O objetivo do indriso é dizer muito com muito pouco.
Exemplo de indriso:
Baús de Marfim
(Cláudia Banegas)
Choro, mas meu lamento não é sinal de fraqueza.
É o transbordar de minh'alma
em um momento de extrema tristeza.
Choro, uma angústia criminosa que parece não ter fim
Maldito aperto que me encolhe o peito.
Me enrosco como um feto, deitada ao leito.
Choro, lágrimas doces que parecem amargas para mim.
São pérolas raras, que recolho em dois baús de marfim.
Divulga Escritor - O tema de conteúdo que escreves vai desde a poesia, passando pela crônica, contos e indrisos. Com qual gênero tens mais familiaridade? E qual aquele que lança mais desafios para seu trabalho enquanto escritora?
Claúdia Banegas - Desde que conheci os indrisos, me apaixonei. Os escrevo com alegria, mas nem sempre é fácil. Enquanto uns fluem muito bem, outros dão um pouquinho mais de trabalho. Procuro sempre aproveitar os momentos de inspiração. Se ela me manda um conto, escrevo um conto, mas se me manda três ou quatro poemas, os escrevo também. O maior desafio para mim é escrever cada vez mais e melhor. Embora não seja contista, os poucos contos que escrevi considero muito bons. Aceitei o desafio de escrever para um site sombrio. Os contos são de suspense e isto me desafia, sim. Criatividade nesses momentos é tudo e a satisfação do leitor é a minha.
Divulga Escritor - Com relação a sua bagagem literária. Quais os autores que você julga mais importantes na sua formação enquanto leitora?
Claúdia Banegas - Definitivamente, posso destacar dois grandes nomes: Clarice Lispector e Fernando Pessoa. Clarice era enigmática, escrevi sem segundas pretensões, não revisava seus textos e sempre que terminava uma obra dizia que sentia-se “morta” e não via a hora de reviver. Sou bem assim. Fernando Pessoa, mesmo na forma de seus heterônimos, me cativou desde que li “O Livro do Desassossego”. Foi meu livro de cabeceira por muitos anos. Eles me inspiraram no passado e continuam sendo uma referência para mim.
Divulga Escritor - Você publicou seu primeiro livro no ano de 2007, “Metamorpho – Transformações nos Ciclos de Vida”, pela CBJE; Conte-nos um pouco sobre ele e sua divulgação aos leitores.
Claúdia Banegas - O livro fala sobre mudanças. Fiz uma analogia entre os ciclos que vivenciamos durante a nossa existência aqui e a transformação que a lagarta sofre para tornar-se borboleta. Fiz uma pesquisa sobre borboletas e fiquei fascinada. Assim como as lagartas, nós passamos por momentos de casulo; são aqueles momentos onde não produzimos nada e parece que tudo acabou, até a inspiração, os sonhos, a vida... mas na verdade, durante este tempo uma verdadeira metamorfose está acontecendo em nosso interior e quando ressurgimos estamos mais fortes e revigorados. Antes rastejávamos, agora temos asas para voar. Foi muito bom ver um livro meu publicado mas não houve muita divulgação. A despeito disto, o livro foi muito bem recebido pelos leitores e elogiado. Entre os novos projetos do ano está a publicação da segunda edição do Metamorpho.
Divulga Escritor - Quais os seus principais objetivos como escritora? Pensas em publicar novos livros?
Claúdia Banegas - Estou em negociação com editoras para a publicação do meu segundo livro que será só de indrisos. Tenho material para publicação de um livro infanto-juvenil também, entretanto minha prioridade agora é outra. Como escritora tenho vários objetivos, um deles é divulgar a cultura em suas mais variadas formas. Para isto tenho um site literário que chama-se Borboletando Poesia. Nele divulgo novos escritores, escultores, músicos, cantores, enfim... pessoas de qualquer lugar do Brasil e do exterior, que respirem cultura e arte. O link para o site é https://acfarias46.wix.com/claudiabanegas
Divulga Escritor - Claúdia, onde podemos comprar os seus livros?
Claúdia Banegas - O primeiro livro encontra-se esgotado na editora. Os leitores precisam aguardar a segunda edição. Participei de várias antologias e elas estão descritas na página “Biografia”. Podem ser adquiridas através das editoras que as publicaram. Quanto ao meu segundo livro, como mencionei anteriormente, estou fechando negociação com uma editora e em breve estarei divulgando a data do lançamento do “Borboleta em Fragmentos”. Enquanto isso, aguardo a visita dos leitores no site e em minha página literária no Facebook: @Cláudia Banegas.
https://www.facebook.com/cbanegas48
Divulga Escritor - Em dezembro de 2014, recebeste o prêmio “Literattudo” – Monteiro Lobato”, do Movimento União Cultural – Taubaté (SP), como reconhecimento pelos seus relevantes trabalhos em prol da Cultura Geral, da Paz Universal e da Humanidade. Relate-nos sobre seu envolvimento com a cultura no Brasil e dê uma mensagem aos leitores sobre uma cultura mais humana e pacífica em meio a tantas guerras e violência.
Claúdia Banegas - O terreno da cultura é vasto. Dirijo o foco na divulgação da cultura através dos meios que tenho às mãos (site e página). Em dezembro de 2014, participei da organização do maior evento da lusofonia, o Festival 6 Continentes. O festival é idealização do músico e empresário Filipe Larsen, que mora em Portugal. Juntamente com uma ótima equipe e ótimos patrocinadores, foi possível incluir a cidade de São Gonçalo no mapa mundi da cultura. Foi um evento realizado simultaneamente em mais de 80 países de língua portuguesa e serviu para nos mostrar que, através da cultura, o homem pode atingir um novo patamar. Que a cultura possa ser vista como algo que une e não que separa. Que nenhum ato de terrorismo ou intolerância seja executado em nome da cultura. A arte e a cultura são patrimônios da Humanidade e por elas devemos manter firmes nossos ideais.
Divulga Escritor - Como você vê o mercado literário Brasileiro?
Claúdia Banegas - Para o novo escritor ainda é bem difícil publicar. Os orçamentos geralmente são muito altos e para quem está no começo da vida literária fica inviável fazer tudo sozinho: publicar, divulgar e vender. Eu aprecio o trabalho de editoras que investem no novo autor e facilitam este trabalho de publicação. Temos ótimos escritores no país e em nada ficamos devendo aos outros.
Divulga Escritor - Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a Escritora Cláudia Banegas, que mensagem você deixa para nossos leitores?
Claúdia Banegas - Nunca desistam de seus sonhos. Sejam perseverantes. Não permitam que a opinião de terceiros interrompa seus projetos. Críticas servem para lapidar, mas só as construtivas. Leiam bastante, porque quem lê sabe; quem lê muito, sabe mais. Quem lê e escreve alcança corações. Muito obrigada pelo espaço e incentivo ao meu trabalho!
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