por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Clementina Rosa de Matos passou a sua infância e adolescência em Guimarães.
Estudou em Braga e no Porto. O sonho de conhecer Paris levou-a a viver e a estudar nessa cidade, de onde regressou com diplomas da Alliance Française e da Sorbonne, facto que lhe permitiu lecionar em Portugal.
Mudando-se para a Póvoa nos anos oitenta, suspendeu a docência por um ano, a fim de preparar o seu ingresso na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Prosseguiu os estudos universitários em paralelo com o ensino em diversas localidades (Esposende, Mindelo, Rates, Póvoa, Vila do Conde...)
Adquiriu a sua Licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas, nas variantes de Português e de Francês.
Após a citada Licenciatura em Línguas e Literaturas, profissionalizou-se para a docência no ensino secundário.
Exerce, atualmente, as funções de bibliotecária, sendo responsável pela biblioteca da escola E. P. I. D. H. , (no Porto) a cujo quadro pertence, desde 2009.
“São poemas diversos,que celebram a vida, desmistificando o conceito de que só a juventude detém beleza. A beleza dos velhos é também uma realidade aqui abordada, embora de uma diferente perspetiva.”
Boa leitura!
Divulga Escritor - Escritora Clementina Matos é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos o que a motivou a ter gosto pela escrita?
Clementina Matos - Desde sempre me senti fascinada pelo mundo das letras, especialmente porque, de início, se tratava de um universo críptico exclusivo de “iniciados”: os adultos. As letras eram um quebra-cabeças que me suscitava espanto e curiosidade. Quando, finalmente, aprendi a ler, o enigma transformou-se e revelou um universo de significados, reinventado como uma fantasia que se desenrolava diante dos meus olhos. Desde então, tomei gosto pelo poder, que o domínio desta nova ferramenta me proporcionava: ser capaz de construir uma nova realidade. Aquela que a literatura incorpora.
Divulga Escritor - Em que momento se sentiu preparada para publicar o seu livro “Os Amantes de Janeiro”?
Clementina Matos - O conjunto de poemas, que originariam o livro: «Os Amantes de Janeiro», resulta de um mero acaso. Estava em férias, quando decidi remexer em velhos papéis. Os poemas estavam já escritos há muitos anos. O último poema do livro e também o mais longo de todos eles, tem o título que daria capa ao livro, por se tratar de um texto alusivo a um encontro, no primeiro dia do primeiro mês do ano, de dois jovens que se amam - o sujeito poético, supostamente uma jovem, dirigindo-se a um “tu”. Ela convida o namorado ao voo da evasão, na partilha da sensualidade, celebrando o Amor, num banquete de felicidade a dois. Porquê Janeiro? Pode-se pensar que é o mês dos inícios, mas também se pode pensar que é o mês do deus romano, Janus, que tinha um rosto voltado para trás e outro voltado para a frente, fitando simultaneamente o passado e o futuro: como sugestão da flor da vida, a juventude. Esta, olhando para trás e para a sua infância, olha também para a velhice, como destino e fechamento da sua existência.
Divulga Escritor - Como foi a escolha do Título?
Clementina Matos - O último poema do livro e também o mais longo de todos eles, tem o título que daria capa ao livro, por se tratar de um texto alusivo ao encontro do AMOR, de onde nasce a VIDA e o seu ciclo, tema principal do livro.
Divulga Escritor - Que tipos de textos poéticos estão sendo apresentados nesta obra literária?
Clementina Matos - São poemas diversos,que celebram a vida, desmistificando o conceito de que só a juventude detém beleza. A beleza dos velhos é também uma realidade aqui abordada, embora de uma diferente perspetiva. A beleza das crianças, sempre associada à fragilidade dos idosos, tornados belos, também eles. E a sugestão do início do ciclo da existência humana.
Divulga Escritor - Qual a importância do apoio da família e amigos para concretização de um sonho tão sublime, como a imortalidade do autor literário através da sua obra?
Clementina Matos - A decisão foi tomada subitamente. Após publicitação desta intenção, tanto os amigos, como a família aprovaram e congratularam-se com o facto, muitos deles dizendo que «já não era sem tempo!»
Divulga Escritor - O livro está sendo lançado em 16 de maio de 2015, conte-nos, sobre o lançamento, onde vai ser, horas, como participar?
Clementina Matos - A entrada é livre, no edifício que se denomina «Diana-Bar», um edifício emblemático da cidade, anteriormente a funcionar como Café-Bar, pousado na areia da praia da Póvoa de Varzim a norte. Funciona, agora, como uma feliz extensão da Biblioteca Municipal. O livro de poesia «Os Amantes de Janeiro» será lançado no dia 16 de maio de 2015, às 21h.
Divulga Escritor - Quem não puder ir ao lançamento de “Os Amantes de Janeiro” como fazer para adquirir o livro?
Clementina Matos - A Editora Modocromia, o Solar dos Poetas, algumas livrarias e agências de FNAC terão, eventualmente, o livro ao dispor de quem o desejar adquirir.
Divulga Escritor - Quais os seus principais objetivos como escritora?
Clementina Matos - Partilhar, fazer sorrir e fazer pensar a vida. Afinal, escrevo para celebrar e fruir do próprio ato de escrever.
Divulga Escritor - Como você vê o desenvolvimento da literatura portuguesa?
Clementina Matos - Em Portugal, como no resto do mundo, o desenvolvimento depende do futuro e o futuro depende dos jovens. Sem a sua voz, a literatura caduca, fenece ao fim de algum tempo e transforma-se num legado cristalizado e sem vida. É urgente valorizar o património humano que poderá, um dia, vir a ser a origem do legado literário das nações. Este valor assenta na juventude, da qual parece que o nosso país se tem vindo a esquecer um pouco - tal como sucede com os idosos - perdendo assim o que tem de melhor na sua história, por um lado, e no seu futuro, por outro.
Divulga Escritor - Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a Escritora Clementina Matos, que mensagem você deixa para nossos leitores?
Clementina Matos - Escrever faz bem à alma. Escrever todos os dias, uma simples frase, proporciona-nos uma mais alargada dimensão das nossas memórias, alongando, por isso, a nossa existência.
Participe do projeto Divulga Escritor
https://www.facebook.com/DivulgaEscritor