“É preciso saber ouvir e saber calar. Por falar e pouco pensar pessoas cometem erros difíceis de reparar. E, por ouvir menos do que pensam, piores erros cometem ainda...” Augusto Branco
Ouvir, falar, calar, pensar, julgar, entender... Qual deles é o mais fácil e qual o mais difícil na comunicação interpessoal? Por que?
Alguma vez você presenciou ou até mesmo passou pelo constrangimento de ouvir ou de ser o protagonista de frases como a da cena ao lado ou similares? Foi o que pensei. Eu também. Afinal... comunicação não é o que você fala, mas o que o outro compreende do que foi dito. Simples assim!
Comunicação ou competição? Por Isi Golfetto
Será que estou equivocada ou a comunicação entre as pessoas, quer no relacionamento pessoal, profissional ou social está cada vez mais ameaçadora e competitiva. Frases parecem carregadas de munição. O objetivo parece claro: que “vença” o melhor!
Mas, o que será que leva alguém a se posicionar em frente ao próximo, expressar suas opiniões e sentimentos, com uma pitada (ou dose excessiva) de comentários sarcásticos e componentes não verbais, sem o mínimo constrangimento e sem levar em consideração o direito e o ponto de vista do outro?
Pode-se afirmar que tal comportamento se dá em virtude de:
1. Associar aquilo que é dito a quem o diz.
2. Aquilo que é falado não é necessariamente o que as pessoas entendem.
3. O que elas entendem é mais importante do que aquilo que dizemos.
Por outro lado, será que é possível defender os seus direitos e colocar sua opinião sem ferir, intimidar ou manipular o próximo?
Vamos a alguns exemplos e a seguir apresentar três prováveis comportamentos:
- Quando o vizinho coloca aquele som, naquele volume, depois do horário permitido.
- Quando a esposa/namorada fica solicitando atenção justamente na hora do jogo.
- Quando é preciso dizer “não” para um filho / um colega de trabalho / um convite.
a) Comportamento passivo Agradar o outro, cedendo ao seu pedido. Essa pessoa é a primeira a violar os seus próprios direitos, entregando ao outro a permissão de manipulá-lo. Sem dúvida essa alternativa pode ser menos tensa e boa para o outro, mas a que custo para a própria pessoa?
b) Comportamento agressivo. Alguém que busca dominar o outro com suas ideias e impor a sua vontade. Em geral essa pessoa não mantém o controle pessoal nem da situação. São pessoas exigentes, intitulam-se “sinceras” e não tem dificuldade alguma em criticar. Seu foco é sempre o agente dos fatos.
c) Comportamento assertivo. É aquela pessoa coerente com os seus sentimentos, pensamentos e atitudes. É firme, mas não inflexível, e argumenta com calma e clareza sobre a questão. Busca defender o seu próprio espaço sem recuar e nem agredir o próximo.
A boa notícia é que ter um comportamento assertivo está ao alcance de todos nós. Para tanto, considere três pontos principais:
- Deixar claro o seu sentimento, pensamento ou necessidade com afirmações positivas.
- Falar sobre o comportamento que causa o conflito, sem acusar a pessoa.
- Expressar a mudança que deseja e o porquê.
Que tal aplicar o comportamento assertivo às frases da imagem do nosso post.
- Ao invés de: “Você nunca me ouve”... Poderia ser: “Eu gostaria de lhe falar, que tal sairmos para...”
- Ao invés de: “Nada do que faço está bom...” Que tal: “O que eu poderia fazer para...”
Contudo lembre-se: O importante não é convencer com palavras, é surpreender com atitudes.
Ninguém pode mudar qualquer pessoa a não ser a si mesmo. Após tornar-se um exemplo, qualquer pessoa pode ser inspiração para o outro querer mudar.
Fica a dica: Se a palavra que você vai falar não é mais bela que o silêncio, não a diga.
Foi muito bom ter a sua companhia.
Um grande abraço
Isi
publicado em 06/04/2014