Hoje parei um pouco a rotina dos meus dias tecidos de tédio, iguais como duas cabeças de fósforo e vi passando diante de mim, figuras inesquecíveis que fizeram, mesmo à distancia, parte da minha vida. De repente me dei conta que o tempo havia passado numa carreira desenfreada.
Me olhei no espelho da alma e vi os vincos de dor marcando meu coração. A saudade fazendo-o pulsar e enchendo meus olhos de lágrimas, gritava em minhas entranhas, a dor pelo que se fora.
Os parentes, muitos, o tempo havia levado para o eterno. Os amigos, a vida dispersara e os que permaneceram perto, vivem no corre corre das horas e com a desculpa do pouco tempo, quase não nos vemos. Com as lembranças, a certeza da distancia percorrida entre a infância e os dias de hoje.
O pior foi a constatação de que, o que me resta nessa estrada íngreme e escarpada, é menos do que já foi caminhado. Passou tão rápido!
Quero voltar e não posso mais, o jeito é seguir em frente, reencontrar os que puder e não perdê-los mais de vista. Encontrar mais os que estão perto, abraçar mais a todos, colher mais flores, rir escancaradamente por qualquer besteira, tomar banho de chuva, engolir vento, ouvir música alto, fazer tudo que me der vontade, feito criança birrenta.
E amar, amar a tudo, e a todos, incondicionalmente. E amar, principalmente a mim mesma, pois agora sei que a estrada da vida é uma reta na qual, por mais becos que se entre, mais esquinas que se dobre e mais que se ande, nunca poderemos voltar ao começo outra vez.
A vida, é uma estrada de mão única, que segue sempre em frente.
Publicado em 25/03/2014