CONTO DE RÉIS
Eu era uma criança com mais ou menos quatro anos, vi meu pai com sua carteira nas mãos. Ele a chamava de capanga, velhinha, por isso eu dizia que era capanga coroca.
Estava recheada, bem gorducha, cheia de pepeis e algumas cédulas bem amarelinhas.
Fiquei encantada com suas cores e pedi:
Papai me dá um conto?
Ele respondeu sisudo.
- Não, isso não é dinheiro de criança...
Fiquei refletindo... Quanto valia aquele trem amarelinho que eu chamara de conto. Até hoje não encontrei resposta. Alguém sabe?
Marta Maria Niemeyer