COSENDO
Das linhas com que me coso
Todos os dias desato nós
Há sempre um pedaço da vida, rasgado
Que com paciência vou cosendo
Sem precisar ser remendado
Os ventos passam
Mas deixam a fragilidade no sentir
E a cada rasgão
O coser torna-se mais doloroso
As linhas mais frágeis
Os nós, esses, alguns sem solução
E da alma ao coração
Vou cosendo, cosendo
Até chegar ao dia
Que só
Ou nem…. remendando!