Da água e da terra
E é quando eu me descanso os olhos em ti
que me permito a invasão dos sons
neste louvor à natureza.
soletrado em cada voo
de uma gaivota perdida.
Mergulho
e alicerço a minha âncora
no espaço infinito de Eros.
E é quando me afagas e me embalas
as tardes oblíquas, telúricas
e líquidas onduladas
numa embriaguez de Ego
que sinto, no cheiro teu
a maresia do espaço meu.
Nesse voo livre, a pique
perfuro ondas agitadas
e ocorre em mim o deificar da natureza
que assumo e exploro
num apego de sonho
junto a ti magna aqua.
Perscruto o oráculo.
Et carpe diem magna terra
viver junto a ti
aproveitar o momento.
O louvor que te devo!
Da Raiz (transparências) – Palimage, Edições Terra Ocre, Dezembro, 2014