por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Filho de uma potiguar e um paraibano que migraram para o Rio de Janeiro na década de oitenta, Diego se considera o “encontro” de três culturas: a nordestina, passada através de seus pais e com a qual ele sempre se identificou muito, amante das danças, costumes e comidas nordestinas que é. A cultura da favela, onde viveu até os dez anos de idade, e onde pode conhecer a dura realidade de uma vida de privações. E a cultura do “asfalto” (como é conhecida pelos moradores da favela) da Zona Sul do Rio de Janeiro onde passou a viver a partir dos onze anos, devido ao emprego do pai, porteiro de um condomínio de luxo em Ipanema, um dos metros quadrado mais caro de todo o Brasil.
“Para os leitores desejo tudo de bom hoje e sempre e que se por ventura um o mundo se tornar um lugar como SENTEL YORK vocês tenham uma biblioteca inteira nos quartos de vocês e nem precisem sair de casa.”
Boa Leitura!
SMC - Escritor Diego de Lima, é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos, em que momento você pensou em escrever “Sentel York: A Batalha pelo Amanhecer”?
Diego: Na verdade A Batalha pelo Amanhecer é o segundo volume da trilogia Sentel York. Assim que escrevi o primeiro sabia que acabaria fazendo uma trilogia. Não gosto de livros muito grandes, 350 páginas é o ideal para mim, mais é um sacrifício. No ritmo corrido de vida que levamos dedicar 400, 500 páginas a leitura de um livro ao decorrer de seu dia pode ser muito complicado. O Sentel York I teve pouco menos de 300 páginas e fiquei feliz com isso, mas é claro não pude colocar toda história nele, então sabia que um próximo livro existiria.
SMC - Como foi a escolha do titulo, ele veio antes, durante ou depois da escrita do livro?
Diego: Veio antes. Quando comecei a escrever já tinha o título na cabeça. O título é algo muito importante pra mim quando escrevo. Geralmente começo uma história já sabendo o título e se não começo me sinto incomodado. Porque o título norteia a história. Sempre que escrevo um capítulo ou uma página me pergunto: “Isso está de acordo com o título? Não estou fugindo do que coloquei lá na primeira linha?” E isso me ajuda muito a desenvolver toda a obra. Tenho certeza que nenhum leitor achará que A Batalha pelo Amanhecer não sintetiza em uma frase este novo trabalho.
SMC - Conte-nos um pouco sobre a construção do enredo e personagens da obra?
Diego: A Batalha pelo Amanhecer se passa 1 ano depois dos fatos narrados em Os Três Imperadores. Continuamos acompanhando a saga de Eric e Safira para descobrir porque os homens mais poderosos da cidade Sentel York estão a sua procura.
Eric é basicamente um veterano de guerra, um homem solitário e amargurado pela vida. Já Safira é uma garotinha indefesa e assustada que encontra em Eric um protetor e uma figura paterna. Temos também Noah, que é líder de um “bando”, um grupo de pessoas que vive numa pequena comunidade tentando sobreviver a realidade caótica em que vivem, e ele se junta a Eric justamente por ver nele um homem que pode liderar aqueles homens e mulheres a lutar contra os Imperadores.
É uma história de lágrimas e risos. Um blog literário disse que eu soube dosar bem os momentos pra chorar e os momentos para rir no livro e realmente talvez seja a melhor forma de descrevê-lo.
SMC - Qual a principal mensagem que você quer transmitir ao leitor?
Diego: Sentel York é minha grande crítica a nossa sociedade moderna, e sua forma cruel e maléfica para conosco. Esta obra é uma exacerbação dos problemas sociais que enfrentamos todos os dias: Um Estado muitas vezes opressor que retira os direitos dos cidadãos (visto a truculência que a policia trata manifestantes que apenas defendem seus direitos), a falta de tolerância religiosa, racial, sexual, que muitas levam pessoas a matarem e a morrerem, banalizando a morte.
A primeira vista o leitor pode pensar que sou um pouco sádico, por causa das inúmeras mortes que existem durante a leitura, mas assim é na vida real, e tudo que retratei no livro foi o real ou o que se tornará o real caso nada seja feito para evitá-lo.
SMC - “Sentel York: A Batalha pelo Amanhecer” foi um sucesso na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, como você se sente ao ter participado da maior feira literária brasileira?
Diego: Palavras provavelmente não podem descrever a sensação. A Bienal é um lugar mágico. É o universo dos leitores. Lembro da minha primeira Bienal como leitor, e me lembro do dia em que disse para mim mesmo que chegaria o momento de ter um livro meu na Bienal. Foi a realização de um sonho. Ali estavam meninos, meninas, mulheres, homens, idosos, que realmente gostam de ler, que praticamente vivem pra “saborear” cada página de um livro, e infelizmente não é tão fácil encontrar isso em nossa realidade brasileira. Muito embora cada vez mais veja leitores quase que compulsivos, que acabam uma leitura e já emendam em outra e espero que assim como outros jovens escritores com carreira promissor eu possa incentivar cada vez essa garotada a ter paixão pela leitura.
SMC - Onde podemos comprar o seu livro?
Diego: O pessoal do Rio pode comprar na livraria Travessa, eles tem frete grátis e entregam super rápido
https://www.travessa.com.br/SENTEL_YORK/artigo/3f9ac748-71c2-4c86-b53f-de379b7aadcf
De outras cidades recomendo:
Livraria da Cultura:
https://www.ciadoslivros.com.br/sentel-york-os-tres-imperadores-593987-p164746
Cantinho do Leitor
https://www.cantinhodoleitor.com.br/sentel-york-a-batalha-pelo-amanhecer.html?keyword=sen
SMC – Diego, quais os seus principais objetivos como escritor?
Diego: Escrevo primeiramente porque acho que nasci para fazer isso. Eu, o teclado, e a tela do computador nos entendemos muito bem (risos). Mas entendo que escrever já deixou de ser para mim um hobbie, muito embora ás vezes eu ainda penso que seja. Como um escritor que já vendeu uma primeira edição inteira de livros, entendo que não posso “deixar a peteca cair.” Tenho responsabilidade para com os leitores que acompanham meu trabalho e querem ler algo bem escrito e uma boa história. Eu costumo dizer que antes eu escrevia para mim e pensando em o que as pessoas diriam se lesse o que escrevo. E agora escrevo para mim, mas sabendo que pessoas irão ler o que escrevo o que aumenta e muita o peso nos meus ombros.
SMC - Quais os principais hobbies do escritor Diego de Lima?
Diego: Ler, escrever e assistir filmes. Na verdade tudo que envolva uma boa história. Seja terror, ação, comédia. Uma boa história é uma boa história. Sabe esta frase: “viver no mundo da lua?” Então, no meu caso é “viver no mundo da ficção”. Não porque a realidade seja ruim, mas porque na ficção podemos viver muitas vidas, e na realidade é muito complicado fazer isso a menos que você seja o James Bond. E além disso, na ficção você tem o botão “RESTART”, ou no mínimo pode-se voltar o filme e assistir aquele momento da história que você não entendeu. Na vida não, você só tem uma “maçazinha” de vida e sem segunda chance no nível de dificuldade máxima e enfrentando o Darth Vader como ultimo chefe... (não é mole não.)
SMC - De que forma você divulga o seu trabalho literário?
Diego: A internet e as redes sociais são essenciais hoje em dia. Mas o velho boca a boca também nunca sai de moda. Sempre incentivo os leitores a se gostarem do livro que dêem para um amigo, que indiquem a leitura, que comprem e dêem de presente. E isso da muito certo. O livro é algo muito pessoal, é diferente de um filme ou um jogo de vídeo-game. O livro se torna seu mundo, você é o “manda-chuva” ali, por isso é legal quando um amigo ou conhecido te indica um livro porque torna as coisas mais “pessoais” e menos “industriais”. Não é como um comercial super bem produzido que quase te faz se sentir mal se você não comprar aquele produto.
https://www.diegodelima.com.br/site/home/
https://www.sentelyork.blogspot.com.br/
https://www.facebook.com/sentel.york?fref=ts
SMC - Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor o Escritor Diego de Lima, que mensagem você deixa para nossos leitores?
Diego: Primeiramente obrigado pelo espaço, a iniciativa do Divulga Escritor é super importante para a literatura brasileira e vocês estão de parabéns! Para os leitores desejo tudo de bom hoje e sempre e que se por ventura um dia o mundo se tornar um lugar como SENTEL YORK vocês tenham uma biblioteca inteira nos quartos de vocês e nem precisem sair de casa.
E falando sério agora, gostaria de dizer que ler se não for a atividade mais importante para o ser humano está entre as primeiras. Não só porque você escreverá melhor e lerá melhor, mas porque através da leitura nós conhecemos o mundo ao nosso redor. A leitura nos proporciona auto descobrimento e isso não tem preço. E se vocês não tem dinheiro para comprar livros, assim como eu não tinha quando era criança vão para uma biblioteca, façam dela sua casa, seu mundo, ali você fará suas regras, seu universo de magos e dragões, ou de espacionáveis e robôs. E acima de tudo, nunca se prive de uma leitura. Leia tudo que puder, pois é só lendo algo ruim que você saberá o que é bom. E termino aqui com uma frase que me foi dita e que jamais esquecerei: “Não existe livro ruim, existe livro mal escrito.”
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