DÍVIDA PÓS-MORTE
Se um trabalhador assalariado soubesse a data de sua morte, o que faria com relação as suas dívidas? Que tratamento daria aos seus gastos? Certamente, não estaria feliz, sabendo a data de partida, mas a dor de cabeça de calcular as dívidas no final do mês teriam fim.
Pós-morte, dívida, maldição de familiares. Será que defunto volta para quitar as suas dívidas?
Se não houvesse tantos pés-rapados na sociedade, muitos não morreriam devendo. Antes de fechar definitivamente os olhos, estenderiam um cartão de quitação, ou isento para o mundo.
Deveria existir um fundo de reserva, espécie de imposto para os mortos – o benefício seria acionado logo após o óbito; porém, quem se habilita pagar esse fundo num país recorde de impostos?
Melhor desistir da paranoia e focar no pensamento de um dos personagens de Willian Shakespeare: “Quem morre salda as dívidas”.
Crônica do livro “Um pindaíba nunca está sozinho”