Dois ratos
Dormiam grudados
Dois ratos; tão magros.
De sangue tão branco
Numa casa de mocambo
Davam-lhe restos
Pão ,roupa velha, tostão.
Fazendo vibrar naquele nervo
Encolhidos pela fome
Uma alegria imaterizada
Por dois pedaços de pão
Que o miserável recebe
Quando o vazio lhe consome
Que igualado a pedra
o chão não come.