DOS AMIGOS
Não sei se há incondicionalidade na amizade. Mas amizades de verdade enfrentam o tempo, divergências, dessabores, amores, contratempos, dias ruins, o que for. Amigos se irritam, magoam, tiram do sério. Os amigos nos colocam em enrascadas, nos levam para o mal caminho. Às vezes atrapalham, nos tiram do trilho, da dieta, das noites tranquilas e seguras.
Mas sem eles como seria? Eles nos aturam. Nos entendem, mesmo na loucura mais insana dos nossos pensamentos. Seguram a nossa mão, oferecem os ombros, nos fazem companhia, nos livram do tédio. Tomam o nosso partido. Sempre ficam ao nosso lado.
Não passam a mão em nossas cabeças quando estamos errados, mas sempre procuram a melhor maneira de nos mostrar o erro. Não nos expõe e nem nos jogam aos leões. Entram numa briga por nossa causa.
Ninguém é uma ilha. Ninguém é autossuficiente. Não é preciso muitos. O melhor nunca foi a quantidade. Quando se é de verdade pode ser apenas um. Pode ser um irmão, um primo, ou simplesmente alguém que gostamos e nos identificamos.
Eles podem morar ao nosso lado, na mesma rua, na mesma cidade ou em continentes distantes. A geografia não diz muito. Afinal, está presente nem sempre é físico. O amor nem sempre é tátil. Não importa o tempo, a distância, os gostos, o credo, as preferências. Devemos levar sempre os nossos amigos em nossos corações.