DRIBLANDO MURPHY
Segundo o “Santo” Google, a “Lei de Murphy é um adágio ou epigrama da cultura ocidental que normalmente é citada como: Qualquer coisa que possa ocorrer mal, ocorra mal. Ela é comumente citada (ou abreviada) por: Se tiver de dar errado, dará”! Acho que a conhecemos mais por exemplos: o rapaz sai para a entrevista com uma roupa branca. Precisa somente atravessar a rua e faltam 10 minutos para a entrevista... Um carro passa, justamente, na única poça de água barrenta da avenida, espirra o barro com força e o rapaz se suja todo, sem chance de trocar de roupa, nos últimos minutos, que lhe restam! Eis a bendita Lei!
Arrepiante, não! Ainda bem que existem milhares de outros conceitos científicos, que não seguem esta linha “pessimista”, mas não é que o Murphy se encaixa em diversas situações de vida?! Tenho discutido bastante este assunto com uma colega de trabalho e, realmente, a Lei de Murphy se faz sempre presente, razão pela qual temos intenção de pesquisar um pouco mais sobre seus conceitos e teorias, mas isso não vem ao caso agora!
Num dia desses, encontrava-me em uma Casa Lotérica, para pagar algumas contas, e acredito que era a 13ª da fila! Não sou supersticiosa e o número 13 está sempre presente em minha vida: no número de meu apartamento, no meu celular, no telefone fixo... enfim... faz quase parte de minha vida... talvez, por isso tenha conseguido “driblar” a Lei de Murphy! Será?! Pura bobagem!
Como dizia, anteriormente, no momento do fato, ocupava o 13º lugar na fila e atrás de mim, havia, mais ou menos, umas 30 pessoas. Estava em vantagem, acredito!
Após alguns minutos, um rapaz que se encontrava na 17ª posição, iniciou um diálogo muito chato com sua esposa, no celular:
_Por favor, querida! Você não pode guardar rancor no coração! Você sabe que eu só saio a trabalho e para pagar contas... Por favor! Eu não vou te explicar de novo! Já disse! Meu Deus do Céu!
O volume da voz foi aumentando:
_Por favor, amor! Já disse para você ser menos rancorosa! Você está arrumando “chifre, em cabeça de cavalo”!
Ah! Meu Deus! Pelo jeito teríamos que ouvir aquela longa conversa desagradável, que nada mudaria nossas vidas enquanto cidadãos, que utilizam a hora do almoço, para pagar suas contas pontualmente.
De repente, o rapaz que estava à minha frente, resolveu se manifestar:
_Por gentileza, você poderia falar mais baixo? Está incomodando todo mundo na fila?
O rapaz do celular abaixou a voz. Pensei duas coisas: a. O rapaz da frente pensou no bem estar de todos os integrantes da fila. Que atitude bonita! b. O rapaz do celular também teve uma atitude sensata, pois abaixou o tom de voz! Que maravilha!
Maravilha?
A cena não durou nem um minuto (Acho que o Murphy entra agora!).
O rapaz da frente, falou mais alto, para que os que passavam na rua pudessem ouvir:
_Mente na “cara dura”, hein, mano?!
“Xiiiiiiiiiii!” – pensei – “São amigos! Agora estou perdida!”
_Como pode mentir tanto assim?! Estava na “baladinha” e ainda se faz de vítima?!
_Pô, cara, fazer o quê?
_Blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá...
“Se algo tiver de dar errado, dará”! (Bendita Lei de Murphy!)
Virei uma salsicha, no meio do “cachorro-quente”, com uma conversa atravessada por cima de mim! Conversa longa, quilométrica, infindável...
Finalmente, o primeiro rapaz foi chamado pelo Caixa e eu pelo outro. Pronto! Passou! Driblei Edward Murphy, pois a situação me rendeu uma crônica, portanto saí da situação, em posição vantajosa! Nesse caso, posso inferir que saí vitoriosa!
ENGANO!
Ao chegar ao restaurante, enfrentei uma das maiores filas dos últimos tempos e restavam-me vinte minutos, para engolir a refeição e retomar as rotineiras atividades.
Fiquei um bom tempo na fila e não é que o senhor que estava à minha frente, era amigo da moça que estava atrás de mim?! Mais uma vez, transformei-me no recheio do sanduíche, dessa vez, com o agravante de ter que driblar meu prato das gotículas de saliva, que vinham dos dois lados e bailavam sobre minha cabeça.
“Se, em alguma situação, algo tiver de dar errado, dará”! Olhem o Murphy aí de novo!
Fiz todos os malabarismos possíveis com o prato e consegui escapar da situação, mais ou menos, ilesa. Logo após, o grande exercício pude sentar, já com uma crônica pronta na cabeça! Engoli o almoço, em tempo record! “Driblando, Murphy!”, pensei, imediatamente, no título... Bom título!
Nesse jogo sem fim, acho até que a Lei funcionou, mas também lucrei meu quinhão... Ah! Disso não tenho dúvida! Olha a crônica aí, prontinha para ser lida! Obrigada, Edward Murphy! Não foi tão ruim assim! Foi bom para você?
Página de nossa colunista Mirian Menezes de Oliveira
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