Ela lia, ele lia, para minha alegria... - por Rogério Araújo - Rofa

Ela lia, ele lia, para minha alegria... - por Rogério Araújo - Rofa

Ela lia, ele lia, para minha alegria...

Rogério Araújo (Rofa)

 

Em meio a febre tecnológica que observamos hoje em dia, torna-se cada vez mais raro ver cenas como a que pude me deliciar esses dias trás...

Primeiro foi a de observar um rapaz lendo nada mais, nada menos, que um livro de papel e, pasmem todos, de célebres autores como Hamlet. Ele lia, com esboços na expressão facial: “A divina comédia”, do autor citado e dramaturgo inglês; “As aventuras de PI”, que virou filme com Oscar de melhor diretor e tudo para Ang Lee; e outros livros que sempre vejo o rapaz ler. E para um escritor é uma grande satisfação.

Segundo e nem menos interessante, está numa garota, linda e simpática atendente de uma clínica que me trato, que, na hora do almoço, estava lá sentada com uma “sobremesa nada convencional: um livro. Infelizmente não pude ver de qual título se tratava, mas mesmo assim, vi o quanto a fazia bem com sua expressão facial, sorrindo, como se estivesse sob o efeito anestesiante de uma maravilhosa história.

É maravilhoso observar que ainda tem gente que lê. E da forma mais tradicional possível: um livro de papel e letras. Uma felicidade contemplar esses momentos na vida das pessoas, o que me faz ter ainda mais desejo de continuar na luta da escrita.

Falando em leitura, segundo um ótimo artigo do site da Revista Exame de 22/02/2015, do jornalista Maurício Grego, “ler e escrever no papel faz bem ao cérebro, diz estudo”.

Nessa reportagem, cita essa como a opinião da linguista americana Naomi Baron que fez a descoberta de que ler e escrever no papel é quase sempre melhor para o cérebro. 

Naomi estudou os hábitos de leitura de 300 estudantes universitários em quatro países – Estados Unidos, Alemanha, Japão e Eslováquia. Ela reuniu seus achados no livro “Words Onscreen: The Fate of Reading in a Digital World” (“Palavras na Tela: O Destino da Leitura num Mundo Digital” – ainda sem edição em português). Desse número de pesquisados, 92% dizem que é mais fácil se concentrar na leitura ao manusear um livro de papel do que ao ler um livro digital. 

A pesquisadora detalhou numa entrevista ao site New Republic, o que os estudantes disseram sobre a leitura em dispositivos digitais: “A primeira coisa que eles dizem é que se distraem mais facilmente, são levados a outras coisas. A segunda é que há cansaço visual, dor de cabeça e desconforto físico”. Esta última reclamação parece se referir principalmente à leitura em tablets e smartphones, já que os e-readers são geralmente mais amigáveis aos olhos.

Segundo Naomi, embora a sensação subjetiva dos estudantes seja de que aprendem menos em livros digitais, testes não confirmam isso: “Se você aplica testes padronizados de compreensão de passagens no texto, os resultados são mais ou menos os mesmos na tela ou na página impressa”, disse ela ao New Republic.

Mas há benefícios observáveis da leitura no papel. Quem lê um livro impresso, diz ela, tende a se dedicar à leitura de forma mais contínua e por mais tempo. Além disso, tem mais chances de reler o texto depois de tê-lo concluído. 

Já em relação ao escrever, uma descoberta um pouco mais surpreendente é que escrever no papel – um hábito cada vez menos comum – também traz benefícios. Naomi cita um estudo feito em 2012 na Universidade de Indiana com crianças em fase de alfabetização.

Os pesquisadores de Indiana descobriram que crianças que escrevem as letras no papel têm seus cérebros ativados de forma mais intensa do que aquelas que digitam letras num computador usando um teclado. Como consequência, o aprendizado é mais rápido para aquelas que escrevem no papel.

Fiquei maravilhado com tal estudo que confirma toda a importância da leitura para todas as idades, embora fala mais do meio universitário, incluindo as crianças, mas que também vale e muito para os adultos e idosos que podem se beneficiar, e muito, dessa prática tão salutar.

  E, como não poderia deixar de fazer, encerro com o que disse importantes personalidade sobre a leitura:

- “A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede.” (Carlos Drummond de Andrade, poeta)

- “A leitura engrandece a alma.” (Voltaire, físico)

- “Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história.” (Bill Gates, dono da Microsoft)

Leia, leia, leia... e não se arrependerá jamais desse precioso “vício”.

 

Um forte abraço do Rofa!   

 

 

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