Hoje, o céu chora copiosamente. Vai ver, sofre por ausências, saudades... quem sabe sente dores inexplicáveis, partidas imprevisíveis, emoções várias.
A grande lua de antes, dá lugar a uma escuridão fria de uma noite lavada por lágrimas. Sou toda recordações! O silêncio me leva à gaveta dos tempos idos, e, vasculho seu interior à procura de mim mesma.
Sou resquício da própria alma. Caminho saudosa juntando os cacos encontrados, de alguma coisa partida, fragmentos de momentos vividos. Passado.
Arrumo minha gaveta de volta. O coração palpitante, as mãos tremulas e os olhos marejados, me falam de amor. Amores guardados, fechados com a chave da saudade. Vidas que se foram, inesperada e tristemente, deixando minha alma marcada e dorida.
Não posso descartar minha gaveta. Nela estão meus pedaços mais caros. O tempo, há de me fazer esquecer de remexe-la, pois é inevitável andar pra frente e deixar o peso dos dias, estocados, em algum lugar da estrada. Lá adiante, onde o vento canta baixinho, há de surgir a luz do sol, iluminando o dia que vai nascer.
As flores, sacudirão a água acumulada em suas pétalas e, sorrirão, dando boas vindas ao dia que se apresenta. O caminho, agora cheirando a flor, me levará a uma vida colorida de amor. Espera por mim vida... estou indo ao teu encontro!
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Publicado em 16/02/2014