Ensinar e aprender a pesquisar em Educação
Ensinar e aprender a pesquisar em Educação e, mais concretamente, ensinar a fazer pesquisa, consiste, pois, em assumir uma tarefa nada fácil. Para além da complexidade do objeto educativo e de um elevado grau de exigência nos procedimentos que são fundamentados e em obediência a um elevado conjunto de regras partilhadas pela comunidade acadêmica. Isto implica, determinadas posturas e qualidades pessoais de cada pesquisador e, ainda, uma grande abertura à inovação e à criatividade.
Acreditamos que ensinar a investigar deve visar o maior desenvolvimento possível e compatível com as disponibilidades dos alunos. Os futuros investigadores deverão tornarem-se aptos para concretizar suas pesquisas, ao longo do curso e no seu término, evidenciando uma sólida fundamentação teórica na escolha das estratégias de investigação e das técnicas de recolha e análise de dados, e aplicando os requisitos necessários para uma produção válida de conhecimento.
Julgamos ser impossível e indesejável na prática, dissociar a teoria das estratégias e das técnicas utilizadas. A capacidade para ver o que está oculto pelo “aparente” só se obtém pela boa preparação teórica, tornando-se imprescindível um conhecimento aprofundado de pelo menos uma corrente investigativa, trabalhada e desenvolvida criticamente por uma comunidade de investigadores.
Chamar a atenção para a dimensão pessoal do processo de investigação, que não só exige qualidades específicas ao investigador (simpatia, humildade, capacidade de empatia, respeito pelo outro, honestidade, entre outros) como se revela um tipo de prática que deixa marcas em quem nele se envolve.