Silenciosa e calma a olhar para ti, me pego a reviver
É como mergulhar numa fonte de revelação do ser
Onde não há enganos, nem traições, nem falsidade
Rio imenso de límpidas águas da impactante verdade
Ofélia, a louca admirou seu reflexo no espelho das águas
Vislumbrou a vida das sombras da morte no mar de lágrimas
No espelho coberto de pó das cegueiras introvertidas
Em que refletes e expandes as vozes, nos sonhos perdidas
Não ocultas a face antiga, não me revelas figuras estranhas
Simplesmente reflete as minhas verdades sem artimanhas
Verdades encalacradas em cada lassidão da minha pele
Incrustadas no silencio que por amor o reflexo não repele
Imagens de doação, de entrega e de troféus recebidos
Revelações de que o encanto está no amor atribuído.
Diante de ti, espelho revelador das marcas do tempo
Como a linda palmeira suave, a bailar com o vento
Me curvo entre prazeres, certezas e estranhamentos.
Elair Cabral
03/02/14
publicado em 23/04/2014