FAROL
Não sei nadar
Tenho pavor ao mar
E ninguém me consegue arrastar
Mas pelo meu amor
No mar entrei, sem me amedrontar
O mar, chamou-me destravada
E à terra me fez voltar
Numa onda, enrolada
Sã, inteira, só um pouco despenteada
Quis tratar-me com delicadeza
Pois sabia que estava apaixonada
E que não tinha encontrado a pessoa amada,
Apesar do risco a que me sujeitara
Triste conclui: amar, não é ser amado
É abrir as mãos e largar
Abrir os braços e apertar, se for o caso
Mas o meu amor
Se se sentir a naufragar
Saberá como e onde me encontrar
Há em mim um Farol
De luz constante e intensa
Alimentada pelo Amor
Essa luz, jamais cessará
E quem entra no meu coração
Nunca mais se sente perdido
E esteja ele onde estiver
Se o destino a mim o devolver
Sentirá que à chegada estarei à sua espera
E que no meu colo
Encontrará sempre, o seu Porto de Abrigo