FITAS
Rasgaram-se em pedaços
Formatos de tiras
Acenando coloridas
Agarradas nas madeiras
Palafitas
Erguidas com o coração
Tronco. Pilar da existência nua.
Cujas lágrimas
Marcadas nas chitas
Tecido de algodão
Tramas simples
Desceram com as águas
Que subiram nas cheias
Molhando a madeira, palha ou taipa.
Esfriando o barro escondido.
Entre galhos e ripas
Invadidas pelo brilho da lua
Fitas, por vezes, miúdas, despidas de formosuras.
Ou do mais puro organdi
Fitas de amor, de canção, finas a balançar.
Entre dedos cansados de esperar
Em mãos tão sofridas
Nasce, (re) nasce.
A mais bela flor.