Glamour - por Mirian M. de Oliveria

GLAMOUR

 

MIRIAN MENEZES DE OLIVEIRA

 

Dando continuidade às “crônicas parisienses”, não posso deixar de mencionar o fato subsequente, ao episódio da Catedral de Notre Dame, quando vivenciei a SEMÂNTICA DE ÁGAPE.

Já havia participado da Missa e, na solidão gostosa de meus pensamentos, fotografava com os olhos e com a máquina, as belezas que via. Observava carros, belas construções arquitetônicas, esculturas ao “ar livre”...  pardais, folhas, monumentos: o macro, o micro e o “micro do micro”...

Por que digo isso? Porque na junção da SEMÂNTICA DE ÁGAPE e de todas as belezas que via, encontrei próximo a um ponto turístico um morador de rua, que me remeteu, paradoxalmente, à palavra Glamour... não no sentido já protocolado pela sociedade, mas no sentido gerado pelo assédio amoroso dos pássaros, que o rodeavam.

Segundo uma rápida e superficial pesquisa no “Santo Google”:

“A palavra “GLAMOUR” vem do escocês e tem sua origem na palavra “GRAMMAR”, “gramática”. Nos tempos medievais, somente poucos clérigos sabiam ler e escrever e tinham conhecimento de gramática. Para todos os outros, a gramática era associada a práticas ocultas, misteriosas e mágicas. Naquela época, a palavra “GRAMMAR”, em inglês, significava “encantamento”, “feitiço”. Em escocês, a palavra era escrita com “L” em vez de “R”, como “GLAMMAR” e, mais tarde virou “GLAMOUR”. “GLAMOUR”, no sentido atual – qualidade excitante e extraordinária que faz com que certas pessoas ou coisas pareçam atraentes, charmosas e na moda – vem do século XX e da influência do cinema americano”.

(Referência: https://www.teclasap.com.br/qual-e-o-significado-de-glamour/

       

Esta foi apenas uma das superficiais pesquisas que realizei, entretanto, podemos resumir, sem qualquer intenção de estudar, semanticamente, o vocábulo que... GLAMOUR está, atualmente, relacionado a “charme, magnetismo”...

Voltando à crônica, antes que se torne “chata” e disperse os leitores, o morador de rua possuía este magnetismo, portanto possuía Glamour (Olhem o pensamento cartesiano aí! Não há como derroga-lo! Os conceitos coexistem!)

Não sei o que fazia, naquele momento, para atrair tantos pombos... só sei que o morador de rua conseguiu me atrair também...

Posicionei-me a sua frente e quis conversar, mas nosso protagonista abaixou a cabeça e se ocupou dos pássaros, que, com certeza, eram muito mais importantes para ele e faziam “sentido” em sua vida! Certíssimo! Somente o que nos faz “sentido” é capaz de impulsionar o “viver”!

Não se importou com minha presença! Será? Penso que se sentiu desconfortável, o que me fez recuar e retomar o caminho de deslumbramentos, observações e pensamentos...

Jamais saberei seu nome... não consegui olhá-lo nos olhos... não ouvi o timbre de sua voz... Nada sei a seu respeito... Só uma coisa permaneceu: “Ele é especial!”

Que glamour!

Fez-me refletir sobre a vida...nobre e grande vida... glamourosa!

 

 

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