Igualdade nas diferenças
Frequentemente, pelas ruas, pelas calçadas vemos andantes com bengalas. Não importa a idade. São crianças, são jovens, são velhos.
Homens e mulheres. São o suporte para os manter caminhantes.
Não importa o poder aquisitivo. Muito menos importa a qualidade ou o valor. Todos são dependentes, não há diferenças. Igualdade para todos, embora muitos se julguem superiores. Concordo. São superiores no tamanho do bolso e no volume da conta bancária.
São tão ricos que só possuem dinheiro.
Sejam pobres, sejam ricos. Ambas as classes sociais comungam o mesmo objetivo: andar. Partilhar do direito de ir e vir. Lutar para ser independente do outro. Sentir-se dono de si mesmo, de suas próprias pernas.
Contudo, existe uma dependência e sempre existirá. Nas ruas e calçadas das cidades ou nas estradas poeirentas do campo. Por mais que se considere um livre planador; bengalas, muletas, cadeiras de roda, próteses significam dependência, situação de igualdade.
Embora, a maior população seja isenta desses aparatos, todos dependem de todos. Por mais que se negue, somos dependentes sim. Por isso, senhor e senhora esnobes, não esqueçam que vieram do pó e todos voltarão para lá.
Isso nos iguala. O que nos torna diferentes não é a classe social, o berço de ouro, o carro importado, a mansão ou a favela, roupa de grife ou a de brechó.
O que nos diferencia é o conteúdo dos nossos corações, os nossos valores. O nosso ser e não o nosso ter. Igualemos nossas diferenças sendo gente. Sendo amor. Sendo solidariedade. Sendo um amigo, amigo. Deixemos de olhar só para o nosso ter e vejamos o ser, o estar de quem nos cerca, a dor, a tristeza, a enfermidade do outro, do familiar que o cuida, o qual, muitas vezes, precisa apenas de um abraço ou de um olhar gentil. Não suporta mais ouvir perguntas e sugestões.
Por que abordei esse tema? Porque o tenho vivenciado com frequência, nessa minha luta incessante de salvar uma vida especial para mim.