Início de Ano Letivo: breve reflexão
Curiosamente, os planos de curso, recebem variadas denominações (plano de ensino, planeamento anual, plano pedagógico anual) mas que em nada diferem na essência, ainda que sejam exigidos no início do ano letivo, com promessas de que, de fato, venham a embasar o percurso vivenciado pelo professor em sala de aula, geralmente são arquivados ou esquecidos nas gavetas das secretarias das instituições escolares. Esta realidade revela a inconsistência dos motivos que levam à exigência da elaboração de tais planos.
Os princípios pedagógicos, filosóficos e legais que subsidiam a organização pedagógica são os definidos pelo Ministério da Educação – MEC, nos quais a relação teoria e prática associada à estrutura curricular do curso são os princípios fundamentais que conduzem um fazer pedagógico no qual as atividades e o desenvolvimento de projetos, entre outros estão presentes durante todo o ano letivo.
De maneira geral, pode-se dizer que o ato de planejar suas ações acompanha o homem desde o início de sua existência, pois a história dele é resultado do presente e do passado, ou seja, ao procurar satisfazer suas necessidades o homem produziu diferentes relações, dentre elas, as educativas. Tendo como pressuposto que só ocorre a mudança de uma determinada situação quando ao planejar se tem certeza de onde quer chegar, deve-se se ter claro que o ato do planejamento educacional é muito sério e exige compromisso, é um ato de intervenção técnica e política, não podendo ser visto como uma simples rotina. Planejar, também, implica conhecer limitações e possibilidades.
É possível visualizar na atual realidade do professor do Ensino Fundamental que a denominada semana de planejamento escolar que ocorrem no início de cada ano letivo, nada mais têm sido além de um momento de preencher formulários para serem arquivados na gaveta do diretor ou de um intermediário do processo pedagógico, como por exemplo o coordenador ou o supervisor.
Além do mais, sendo realizado antes do início das aulas essa atitude traz algumas reflexões: se uma boa prática implica um grau de conhecimento da realidade que ela vai transformar e também das exigências às quais ela precisa responder, como planejar antes de conhecer a turma em que se vai atuar? Até que ponto o planejamento deve «amarrar» o fazer em sala de aula?
Algumas questões como estas permeiam o dia a dia do professor e o coloca em dúvida sobre como deve realmente ocorrer o planejamento na escola. Infelizmente, entre outros motivos, a sua formação não permite refletir sobre tais indagações e por isso acaba fazendo uso do tão famoso «formulário», argumentando resumidamente que está cumprindo com seu dever.
Inicialmente o professor recebe os conteúdos para desenvolver o planejamento. Tais conteúdos fazem parte dos documentos onde consta o plano de curso contendo as propostas de educação que a Instituição necessita e impõe. Como por exemplo, podem ser citados os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs (1998, 2001) que são tidos como um referencial, e mesmo não tendo força de Lei, constituem um currículo que é seguido pelos professores.
Um outro exemplo a ser citado são a Propostas Curriculares das Redes (estaduais e municipais). Após receberem os conteúdos, os professores pensam o plano de curso, conforme opção de cada escola, analisam e repensam os procedimentos para sua efetivação.
No plano de curso, a metodologia é entendida como um conjunto de procedimentos empregados para atingir os objetivos propostos para a integração da educação básica, seus interesses, a condição de vida e de trabalho, além de observar os conhecimentos prévios, orientando-os na construção e reconstrução dos conhecimentos escolares.