JANEIRO
Janeiro! Falou me tanto deste mês,
Quem muitas vezes o viu passar!
A virtude e a santidade a buscar?
Ou apenas a se consumir em por quês?
Com rugas - nuns feiura, noutros graça -
Nalguns, por anos, bateu coração manso,
Esperando, na descendência, o descanso,
A espera da morte que o corpo enlaça.
Quantos velhos e velhas se alegraram,
Por verem que as lágrimas que derramaram
Receberam de muitos a gratidão.
Sobre o chão, outros caminham, todavia,
Vivendo a amargura da ingratidão e porfia
Daqueles a quem deram o coração.