Janela de Vidro
Lorena Zago
A luz que emana do teu olhar
Dialoga com o meu olhar curioso.
Leio os questionamentos que me acompanham há anos,
Nada falo, nada me permito dizer verbalmente.
Indago-me todos os dias.
Devo dizer-te os meus anseios?
Ou devo aguardar o teu pronunciamento?
O vento leva e traz os nossos pensamentos,
Sinto que há sintonia em nossas essências.
Entendo-nos como uma janela de vidro:
Nos vemos, nos queremos,
Somos sonhos transparentes,
Mas não podemos nos tocar.
Afinal, a janela de vidro
Apenas nos permite olhar
E apreciar as emoções,
Sem, contudo, podermos nos tocar.
Assim a vida passa
E os nossos sentires se fortalecem.
Haverão de eternizar-se!