JANELAS
Janelas: casa minha, minhas casas, casas belas.
Madeiras gastas
Entre frestas vários sóis
No chão, formas amarelas.
Dura pouco. Chega à noite.
Os sóis, moleques inquietos, noites adentro, se escondem
Ocultos, veem as luas.
Luas! Várias nas vagas ruas
Noivas em noite de núpcias
Enfeitadas
Estrelas assanhadas resplandecem
Pisca Pisca: crianças vagalumes
Vagando sem lume
Debocha a escuridão.
Rajada de vento mudando sóis, luas.
Mudam-se os tempos, Camões?
Fez-se noite nas casas da minha gente.
Paredes; madeiras soltas, aberturas e vãos.
Fecham-se janelas. Que escândalo!
Nesses dias não há “sóis”
Apenas escuridão.
Andarilhos, eu, criança sem ilusão
Sem rumo, sem prumo, sem orientação da lua
A procura de sóis.